NOSSA MACEIÓ

Os paulistanos deram os primeiros e valorosos passos. Em maio de 2007, iniciaram um movimento apartidário, inter-religioso e impessoal, com a percepção que a política no Brasil não está correspondendo aos interesses e necessidades da população. Visando promover iniciativas que fomentem o desenvolvimento sustentável, a ética e a democracia participativa, criaram o Nossa São Paulo que hoje conta com a participação de aproximadamente 500 organizações da sociedade civil, além de empresas e cidadãos interessados em participar da construção de uma cidade melhor, a exemplo do que ocorreu em Barcelona e Bogotá. O movimento pretende comprometer a sociedade e sucessivos governos com uma agenda e um conjunto de metas a fim de oferecer qualidade de vida a todos os habitantes daquela metrópole, combatendo a desigualdade social.

Como uma boa semente, a iniciativa já germinou e deu bons frutos. Estruturou um banco de dados virtual com indicadores sociais, políticos, econômicos, orçamentários e culturais, e estará fazendo a sua divulgação freqüente, comparando as gestões governamentais. Realizou um fórum para levantamento de sugestões e propostas que deverão ser encaminhadas aos candidatos. Disseminou esta idéia ao ponto de quatorze cidades brasileiras já estarem formando uma rede, incluindo Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Belém, São Luis, Guarulhos, Bertioga, Ilhabela e Teresópolis. Porém, o principal resultado me parece ser a emenda à lei orgânica do município, conhecida como emenda No. 30, que obriga a prefeitura a estabelecer metas claras e prestar contas semestralmente de seus atos, Quem for eleito para 2009 já terá que cumprir este procedimento de eficiência na gestão pública o que é um enorme avanço para os cidadãos.

Como quem procura vida em outros planetas lançando no espaço sinais de rádio, como alguém que de uma ilha lança uma mensagem numa garrafa pelo oceano esperando resposta, escrevo na esperança de fomentar e iniciar um movimento como esse em Maceió. Imagine o que podemos fazer por nós e pelas gerações futuras. Imagine que mesmo como simples anônimos podemos influenciar e fazer o nosso destino melhor, mais justo, mais seguro, mais democrático. Uma vida de paz. Como diria Jonh Lennon, “você pode até pensar que eu sou um sonhador, mas não sou o único e espero que um dia você se junte a nós, e o mundo será como um só”. Na verdade, o sonho não acabou. Ele apenas evoluiu.

Tibério Rocha Júnior
Artigo Publicado no  jornal Gazeta de Alagoas em 16.07.08

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