Crônicas da Vida Corporativa

Vamos tratar aqui de 5 coisas importantes sobre o ponto de equilíbrio de um negócio. Recentemente já vimos como calcular, porém é útil também saber que é possível usar este cálculo de várias maneiras, podendo obter algumas respostas fundamentais para o cotidiano da gestão.  1. O ponto de equilíbrio é importante mas se você ficar nele não vai a lugar nenhum. Isso porque ele traduz o volume de receitas onde o lucro é zero. Você não está no prejuízo mas também não está no resultado positivo. E sem resultado positivo você não cresce nem amortiza o capital que investiu. Então o objetivo é ficar acima do ponto de equilíbrio. Sempre.  2. O cálculo das vendas necessárias para ficar acima do ponto de equilíbrio e ter um determinado lucro pode ser feito de maneira fácil. Basta somar o lucro mensal desejado às despesas fixas mensais, e dividir pela margem de contribuição. Este é o pulo do gato em termos de ponto de equilíbrio.  Ex: Lucro mensal desejado = 7.000,00 Despesas fixas mensais = 14.000,

Os problemas nos perseguem por toda a vida. Eles simplesmente não nos deixam em paz. E quando eles são grandes e complexos então, costumamos imaginá-los uns gigantes intransponíveis. Muitos desistem. Aprendemos a perceber os problemas mas muitas vezes não aprendemos a resolvê-los. Vou partilhar com vocês o que eu faço e quase sempre dá certo.  1. Tenha em mente que todo problema tem solução. É preciso perseverar. A atitude diante do problema é parte da sua resolução. Concentre-se, determine-se e faça. São três passos imprescindíveis para chegar lá.  2. Tudo é feito de partes menores. Se você não está conseguindo resolver um problema, simplifique, divida em fatias. Isso mesmo, fatie o problema grande em problemas menores. Resolva cada problema menor e com isso resolva aquilo que parecia insolúvel.  3. Mude a perspectiva. Muitas vezes a solução que não se encontra depende apenas de uma mudança de visão. Não existe somente um caminho que leva para Roma. Veja o problem

Se quisermos, podemos aprender com praticamente tudo. Até com uma propaganda. Tem uma que está passando numa rádio que escuto com frequência, que é um bom exemplo disto. Ela traz um grande ensinamento de vendas em poucos segundos. Vale a pena aprender com ela, que transcorre mais ou menos assim.   Uma pessoa liga para o estabelecimento perguntando se é da Farmácia. A atendente responde que não. É da pizzaria. Aqui vale a primeira reflexão. Ora, os enganos acontecem. Qualquer um pode ligar equivocadamente para um local diferente do que deseja. Quem liga para uma Farmácia, está a procura de um remédio, podemos supor. Então, como se trata de um erro esta estória poderia acabar por aqui, com um desculpe, foi engano e um por nada como resposta.   Mas quando a pessoa lamenta que tenha errado de número, a atendente diz que vendem pizzas deliciosas e quentinhas, feitas com ingredientes selecionados que chegam rapidamente na casa do cliente. Isso mesmo, em vez de olhar para quem ligou

O orçamento empresarial é uma ferramenta poderosa para gerenciar um empreendimento. Na verdade, toda empresa deveria ter um e seria assim se não complicassem tanto. Se ele permanecer somente assunto de livros acadêmicos trará poucos benefícios para quem realmente precisa. Precisamos disseminá-lo e para isso é preciso simplificar. Dentro deste propósito, seguem algumas diretrizes que ajudarão ao seu orçamento ser mais efetivo:  1. A política orçamentária nada mais é do que a junção de números com rotinas. Só funciona com os dois. Os números devem ser consistentes e disponibilizados em tempo hábil. As rotinas são procedimentos que devem ser cumpridos pela equipe. Não adianta ter um orçamento no sistema sem vivenciar as rotinas. Não adianta ter rotinas sem ter bons números em torno dos quais as pessoas se reunam. A política orçamentária faz com que o foco passe a ser o resultado financeiro. Ela objetiva o funcionamento da empresa. Vai direto a ponto central. 2. O mecanismo básico é uma es

O ponto de equilíbrio é o volume a partir do qual a loja tem lucro. Ele serve como orientador da gestão.  Passo 1: Calcular o percentual de deduções sobre a receita.  São percentuais que incidem sobre as receitas brutas e reduzem o preço de venda. Normalmente, são tributos, royalties e comissões. Mas se vc está antecipando receitas, a taxa que vc paga tb entra.  Exemplo : Royalties 7% Tributos 8%  Comissões: 7%  Taxa de antecipação: 3%  Total das deduções: 25% Obs: As alíquotas dos tributos são definidas de acordo com o regime de tributação adotado e são o Simples ou PIS, COFINS, CSLL, IRPJ, afinal alguém tem de mandar dinheiro para financiar a gastança do governo.  Passo 2: Calcular o percentual do custo dos produtos sobre as receitas.  Uma maneira fácil de fazê-lo é usar o mark up médio praticado.  Exemplo :   Receitas 100% Mark Up 2,5 Custos 100/2,5 = 40% Obs: Na exata formação do custo dos produtos, o frete e os tributos ligados as compras (icms) são incluídos, mas aqui vamos simpl

Existem empresários, empreendedores, empresas, negócios, empreendimentos, gestores, mercados, oportunidades, ameaças, crises, dificuldades, superações, derrotas e vitórias. Cada circunstância, cada caminho, cada situação é peculiar e única. Não é possível estabelecer comparações sem margem de erro, algumas bem altas. No entanto, existe um fator determinante para o resultado, seja um problema grande ou pequeno que deva ser resolvido.  Ao longo da minha carreira, já tive a oportunidade de me deparar com todas estas situações consideradas acima, tratar com uma infinidade de pessoas, com diversas habilidades e características, numa infinidade de realidades, e sempre fica evidente que a atitude define o resultado. Isso, mesmo, o fator determinante para o sucesso ou o fracasso é atitude.  Se você procurar, sempre vai encontrar histórias de empresas e pessoas que diante da adversidade, adotaram uma atitude que favoreceu a ultrapassagem do obstáculo. Em vez da barreira tornar-se um impedimento

Será que a sua empresa tem qualidade gerencial financeira ? Bem, isso ajuda bastante para manter o negócio sustentável, evitando crises piores e até a inviabilização. Também possibilita um crescimento verdadeiro, sem problemas no futuro.  A área financeira não é o local onde são feitos os pagamentos, como muita gente pensa. Isso é muito curto. Ela é o local onde se trata da saúde da empresa. É fundamental em qualquer tipo de empreendimento, por isso precisamos dar toda atenção a ela.  Ter qualidade gerencial financeira, significa ter certas práticas que aumentam a eficiência e a segurança, não só em finanças mas na empresa inteira, independentemente do sistema informatizado que é utilizado, das planilhas ou anotações no caderno.  1. Estrutura organizacional: A estrutura organizacional determina como a área se organiza para realizar a sua missão. Ela norteia como as coisas devem funcionar e o escopo de cada um. O ideal é que esteja bem definida mas independente do tipo de organograma qu

Todos as pessoas no planeta possuem uma fórmula para a prosperidade, dependo do ponto de vista que possui. Bem, eu tenho a minha. Não quero sobrepor esta percepção sobre a de ninguém, mas tão somente partilhar com outras pessoas. Quem sabe isso pode ajudar. Então vamos lá. 1.       Por prosperidade devemos entender o aumento de ganhos e riqueza mantidos ao longo do tempo. Uma boa representação disto é a expressão (1+i) n , onde 1 é o que você tem, i é a taxa de acréscimo ao que você tem e n é o período de tempo que isto acontece. 2.       Esta prosperidade ocorre em função de três fatores diretamente proporcionais. São eles conhecimento, trabalho e oportunidade. Poderíamos até representar como Prosperidade = f (conhecimento, trabalho, oportunidade). Isso significa que estes fatores influenciam diretamente no nível de prosperidade que uma pessoa, uma empresa ou um país podem obter. Quanto mais conhecimento, mais trabalho e mais oportunidades, mais prosperidade teremos. 3.

Não existe somente uma maneira de saber se uma empresa tem condições de pagar as dívidas que tem. Mas neste post vamos abordar uma maneira simples de aferir esta capacidade. Vi recentemente uma matéria especializada relacionada a isto, fiz umas adaptações e vou incorporar nos indicadores que uso na consultoria. Seja bem-vindo ao ICD, Índice de cobertura de dívidas.  1. Deduza das receitas operacionais, os custos e a despesas operacionais. Entenda por operacionais aqueles que são relacionados ao negócio, inclusive impostos. Exclua investimentos, amortização e juros de dívidas sejam bancárias ou comerciais, parcelamentos fiscais e retirada de sócios se forem retiradas de lucros. Os prolabores entram como salários. Também exclua depreciação se estiver entrando na conta e tudo mais que for não operacional. Vamos chamar este resultado de lucro operacional depurado (LOD).  2. Depois some as amortizações e juros da dívidas, sejam fiscais, trabalhistas, comerciais, bancárias ou para com tercei

Eu escuto muita gente falar em controle no universo corporativo. É controle para lá, controle para cá, tudo precisa de controle, mas as vezes percebo que as pessoas não sabem muito bem usar esta ferramenta. Ela possui algumas peculiaridades que não são ditas nos livros nem nas aulas ou palestras. A gente aprende na prática mesmo. Veja então este seis ensinamentos e aproveite.  1. Controle vem antes de planejamento. Sim é verdade. Quem não controla primeiro não tem condições de fazer um bom planejamento. Para planejar é preciso ter informações consistentes, do contrário você estará fazendo apenas um exercício de sonho. E para ter informações consistentes é preciso controlar. 2. Controle deve ser múltiplo. No mínimo duplo. Um controle que é verificado por uma só pessoa não é controle. É verificação. No controle ideal deve haver verificação sim, mas deve haver conferência por outra pessoa, análise dos por outra pessoa. E elas não podem ser interligadas. Devem ser independentes. 3. Control

A atividade de consultoria tem sido cada vez mais solicitada pelas empresas. Isto se deve ao fato de que tem sido cada vez mais difícil obter as competências necessárias para o desenvolvimento do negócio, dentro do quadro de pessoal. Além do mais, acaba se tornando mais barato pagar um consultor do que contratar um recurso humano qualificado. Enfim, é bom para a empresa e bom para o profissional. Entretanto, nem sempre as coisas funcionam como deveriam. E precisamos estar alertas para os sinais que podem significar que você está diante de uma contratação mal feita. Vamos a eles: 1. O consultor usa termos técnicos que ele mesmo não conhece direito ou não sabe explicar. É possível que tenha lido em algum lugar, tem achado bonito e os repete constantemente, até utiliza em seus trabalhos, mas não conhece a fundo o seu conteúdo nem as implicações.  São muitos os exemplos, e na minha área lembro bem do famoso EBTIDA.  2. O consultor sabe de tudo em todas as áreas. Entende de planejamento, ge

Você já deve ter visto a fala da presidente sobre metas. "Não vamos colocar meta. Vamos deixar a meta aberta mas, quando atingirmos a meta, vamos dobrar a meta." Ela reflete desconhecimento sobre o assunto. Mas não é somente a presidente que demonstra isso. Muitos administradores e empresas também demonstram nas suas atitudes que desconhecem esta ferramenta de gestão. Por isso, vamos aproveitar a oportunidade e relembrar:  1. Meta é parte de um planejamento. Você tem de ter objetivos e estratégias definidos para depois ter metas. Não dá para ficar jogando meta feito se joga dados. Elas são referenciais de desempenho. Então instituí-las de maneira errada atrapalha mais do que ajuda.  2. Meta é numérica. Sempre. Se não tiver número não é meta. E de preferência deve ser um único número para não confundir. Quanto mais unicidade existir mais chances das pessoas fixá-las. Quanto mais metas para a mesma coisa, mais chances de confusão.  3. Meta é negociada. Ela não é uma imposição.

A corrupção é assunto de pauta constante no Brasil, graças aos escândalos que este governo protagoniza. Nas conversas informais e nas reuniões de trabalho ouvimos opiniões diversas sobre o tema, as vezes condenando a prática e as vezes justificando.  No entanto, os conteúdos giram mais ou menos em torno das mesmas argumentações, quer sejam afirmando que não tem jeito, que todo mundo é corrupto, que o país está tomado por esta praga, ou que é coisa de ladrão, que é falta de punição e vergonha na cara, que é um crime hediondo, entre outras classificações. O fato é que a corrupção vai além da dimensão moral e penal. Ela é muito mais que isso. E se quisermos um país melhor ela precisa ser combatida exaustivamente até ser reduzida a níveis menos nocivos para a sociedade. Veja porque:  1. A corrupção recompensa três inimigos do desenvolvimento:  a) O Elitismo: A corrupção só é boa para quem a pratica. Todo o resto sai perdendo. Para praticá-la é preciso estar participando de um grupo restrit