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Mostrando postagens de fevereiro, 2014

A REITERADA RELEVÂNCIA DOS CONTROLES INTERNOS

A reviravolta no recente caso de assassinato do empresário alagoano, nos remete a outra situação relevante, desta vez dentro das empresas e não mais na violência das ruas. A alta incidência de fraudes no cotidiano corporativo brasileiro.   Como já tinha escrito desde outubro de 2011, existem pesquisas que informam dados importantes sobre esta ocorrência. Empresas dos setores de química, varejo, farmacêutico, automotivo, infraestrutura, construção, bancos seguradores, informática, eletrônica, petróleo, gás, transporte, logística, telecomunicações, papel, celulose, energia, dentre outros, são consultadas. São empresas com estrutura, com faturamento que vai de 100 milhões a mais de 5 bilhões ao ano. Mesmo assim, quase 70% delas alegam que sofreram fraudes nos últimos 2 anos. Mais de 60% vieram de funcionários da empresa, porém 14% vieram de prestadores de serviços, 13% de fornecedores, 8% de clientes. Cerca de 51% dos funcionários fraudadores estava no nível operacional, 21% na che

PENSAR FINANÇAS ANTES DE USAR FINANÇAS

O que é preciso para ser um bom gestor financeiro de empresas? Usar uma HP 12c? Ter proficiência no Excel e sistemas ERP? Fazer conta de cabeça? Saber a tabuada? Saber matemática financeira ? Entender de contabilidade e  e economia? Informar-se diariamente dos indicadores de juros? Ler os jornais e revistas especializadas? Montar bons relatórios? Ser disciplinado, exigente e determinado?  O universo financeiro é fascinante porém muito mal compreendido. Até os dias de hoje, ouço pessoas bem instruídas falarem de juros compostos sem a devida compreensão do mecanismo. Professores consomem suas aulas, demonstrando fórmulas e ferramentas matemáticas, dificultando a afinidade dos alunos com a essência da matéria. Isto porque, antes de usar as ferramentas financeiras, as pessoas precisam entender como é o pensamento financeiro. Antes de usar finanças e se beneficiarem com os seus frutos, precisam pensar finanças. Por isso, talvez o ensino de finanças precise mudar um pouco o seu enfoque. Os n

O VALOR DO SEU NEGÓCIO

Quanto vale uma empresa ? Quanto vale o empreendimento de uma vida ? Qual o valor da marca, do know how e da carteira de clientes ? Se alguém quer comprar o seu negócio, quanto pedir ? Se você vai entrar de sócio em um projeto, com quanto você deve entrar? Se você está vendendo cotas, por quanto deve ofertar? Se uma empresa vai comprar outra, como chegar no valor da incorporacão? Todas estas perguntas acompanham diariamente empreendedores do mundo inteiro. Muitas vezes, eles fazem seus negócios sem referências imparciais e concretas sobre o assunto.  O valor de uma empresa, assim como o valor de qualquer ítem em uma economia de mercado, sofre influências subjetivas. Desejando maximizar ganhos, o vendedor tende a majorá-lo e com o mesmo objetivo, o comprador tende a minimizá-lo. O volume da oferta e da procura também impactam na formação do valor. Desta feita, um item muito desejado tende a aumentar seu valor e vice versa. Para as empresas, este fator tem menor peso do que o primeiro, p

QUANTO MAIS DINHEIRO MAIS NECESSIDADE DE GESTÃO

Existem muitos mitos financeiros no universo empresarial brasileiro. Originalmente, os mitos são narrativas que buscam explicar realidades e fenômenos naturals com ilustrações e simbologia. Mas, com o passar do tempo, passamos a usar este termo para falsas verdades, baseadas em crenças cujos alicerces, não se encontram no solo científico. Como são adotados e seguidos mesmo assim, eles são como verdades absolutas que não são verdades.  Um deles é muito comum, e por isso mesmo, muito danoso para as empresas que o consideram. Trata-se daquela certeza de se uma empresa está com muito dinheiro, possui uma gestão financeira adequada, e sempre permanecerá numa situação confortável.  Ou seja, se está bem de grana, não precisa de  mais gestão financeira. O mais sério neste mito, é que a verdade é exatamente o contrário.  Para compreender como isso afeta as empresas, a primeira coisa que devemos admitir é que a disponibilidade oculta a ineficiência.  Funciona mais ou menos como um pequeno lago.

EMPREENDEDORES FELIZES

Cada empresa que inicia no Brasil, traz consigo um sonho, uma história de vida empreendedora. São homens e mulheres que em algum momento, resolveram empreender e com isso passaram a gerar mais riqueza para sociedade em que vivem. Diante dos desafios que se elencam em nosso país, são verdadeiros heróis necessários para a melhoria desta terra tão bonita e tão empregnada pelo estatismo. O empreendedor é sobretudo alguém destemido, que supera a aversão ao risco e ingressa em um universo novo e maravilhoso. Ele passa a lidar com custos e obrigações que ele nunca imaginou antes, porém mesmo assim, segue em frente. Meu papel, tem sido ajudá-los nesta caminhada, principalmente com as questões relacionadas aos assuntos financeiros, e suas relações com o resto do negócio. Sempre os deixo cientes da realidade que os espera, tanto que recentemente um deles me perguntou qual era então a vantagem de empreender. A resposta para ele talvez sirva para você também.  Um empreendimento é um investimento q

GERIR PELA MARGEM DE CONTRIBUIÇÃO É MELHOR

O fato mais comum na gestão das empresas, é nortear o seu desempenho pelo volume de vendas ou de faturamento, como alguns preferem falar. Tanto uma denominação como a outra, refere-se ao montante de receitas, que é obtido pela simples multiplicação do preço de venda pela quantidade. Desta forma, nortear-se pelas receitas, faz com que o gestor concentre-se intuitivamente no preço para maximizar seus resultados, no entanto, essa pode não ser uma boa estratégia, porque nem sempre o melhor preço traz os melhores benefícios para o negócio. Todos os produtos ou serviços que uma empresa vende no mercado, financeiramente devem ser vistos como capitadores de recursos, e preços de vendas altos, não significam necessariamente lucro alto. Estes itens consomem determinados insumos, que quanto mais produtos e serviços são vendidos, mais insumos são consumidos. Chamamos estes insumos de gastos variáveis, porque podem ser custos e despesas. Os tributos sobre as receitas também entram na conta. Ao subt

APRENDA A APRENDER

A era da informação em que vivemos, tornou-se uma das grandes alavancas do desenvolvimento da humanidade. Tendo acesso a internet, hoje com um simples toque você pode ter acesso em poucos segundos, ao que antes só era possível em alguns dias, meses ou nunca. A revolução industrial, possibilitou que a população tivesse acesso a vestuário, remédio e comida em larga escala, fazendo.o mundo acelerar seu desenvolvimento de forma exponencial. A era da informação fez a mesma coisa com o conhecimento. Já em 2007, pesquisas apontavam que se cada bit de informação armazenada no mundo,  fosse um grão de areia, haveria 315 vezes mais areia do que há em todas as praias do planeta.  Se por um lado, a oferta de informação tornou-se um numero impensável, por outro, nossa capacidade média de absorção continua a mesma. Além disso, acessar informação é uma coisa. Aprender é outra bem diferente. Aprender requer compreensão e fixação, pois quem aprende não esquece, e tem segurança. Mais que isto, quem apre

GIRAR E CRESCER

Uma empresa é formada por capital de curto e longo prazos. No curto prazo, está o capital que circula nas operações do negócio, resultado das vendas recebidas, das vendas ainda não recebidas, nos itens que são utilizados para produzir receitas, e nas contas ainda não quitadas mas cujos gastos já foram incorridos ou reconhecidos. Em outras palavras ou como costumamos dizer, no caixa, bancos, contas a receber, estoques e contas a pagar. Este é um tipo de capital volátil e muito dinâmico. Seu nível muda a cada operação de desembolso e recebimento, cada venda faturada, cada compra parcelada, enfim, a cada fato cotidiano da empresa. Já no longo prazo, está um capital mais estável e perene, normalmente composto de recebíveis com prazo mais dilatado, terrenos, prédios, maquinas, equipamentos, moveis, outras empresas, veículos, patentes e marcas.  A determinação do tempo exato que define curto e longo prazos varia de acordo com o critério. Contabilmente, por exemplo, o horizonte de um ano é ut

MAS O QUE É UMA PESSOA DIFÍCIL ?

Será que o conceito que as pessoas atribuem às outras, corresponde a verdade ou trata-se apenas de um rótulo atribuído para que justifiquem o seu egocentrismo? Por exemplo, quando um grupo chama uma pessoa de difícil, será que é mesmo ou seria uma forma deste grupo justificar a própria dificuldade com esta pessoa e esconder defeitos próprios ainda maiores? Vamos mergulhar nesse assunto. Suponho que um problema matemático difícil, seja aquele mais complexo, que exige mais  conhecimento, mais esforço e concentração para encontrar a solução, mais tempo para concluí-lo. Um livro difícil seja aquele com linguagem mais rebuscada, palavras incomuns, as vezes com mais páginas, abordando assuntos que demandam mais do leitor. Um carro difícil seja aquele com mais comandos, com um processo para dirigir diferente do habitual, talvez uma direção mais pesada que necessite colocar mais esforço. Um celular difícil seria quem sabe um aparelho cujo manuseio necessite de mais toques, um endereço difîcil

O QUE É A PATOCRACIA

Quando a gente houve falar em Patocracia, imagina logo que é uma brincadeira. Seria um lugar cheio de patos similar as histórias do Tio Patinhas ou do Pato Donald e seus três sobrinhos patos, Huguinho, Zezinho e Luizinho ? Antes fosse. A Patocracia é algo bem sério e bastante danoso. E por mais estranho que esse nome possa parecer, ela existe. O psiquiatra polonês, Andrew M. Lobaczewski, foi quem usou o termo pela primeira vez e criou este conceito para definir "uma forma de governo totalitária em que o poder político absoluto é mantido por uma elite psicopata, de tal modo que toda a sociedade é regida e motivada por valores puramente patológicos." Então  não se trata de patos, mas sim de seres perigosos, doentes como eu já desconfiava.  O que deve chamar a nossa atenção é que "a patocracia pode assumir várias formas e pode insinuar-se insidiosamente em qualquer sistema ou ideologia aparentemente justos; seja sob o disfarce de uma democracia ou teocracia, seja em regimes

A DESCONSTRUÇÃO DO AMOR

Eu escrevo sobre Gestão, Finanças, as vezes sobre Política e Economia. Em virtude das circunstâncias em que o país vive, com frequência tenho opinado também sobre assuntos da atualidade. Há muitos anos não vejo os canais abertos da TV, por vários motivos. Confesso que a banalidade com que alguns temas são abordados e a mesmice dos formatos, contribuíram para isso. Existem alguns apresentadores que não consigo mais escutar. Prefiro programas que discutam os assuntos com especialistas, bem mais do que com celebridades. Mesmo assim, hoje vou escrever sobre um fato da TV aberta e o que está em torno dele no meu entender, porque repercutiu bastante nas outras mídias as quais tenho acesso, entre elas aquelas que se utilizam da internet. O beijo gay no ultimo capítulo da novela da rede de televisão que há anos lidera a preferência dos brasileiros. Sei que isso é um risco, devido ao patrulhamento em relação a assuntos como este. Já vi nas redes sociais pessoas agredirem e serem agredidas por c

A GÊNESE DO CONTROLE INTERNO

Pesquisas realizadas regularmente em milhares de empresas brasileiras pela KPMG, uma das quatro maiores multinacionais do mundo no ramo de auditoria, indicam que mais de 60% das fraudes que lesam o patrimônio empresarial, são geradas pela deficiência do controle interno. De cada 10 empresas brasileiras, 7 sofrem fraudes cometidas pelos seus colaboradores. Quanto mais desorganizada ela for, quanto mais seus controles estiverem sem uso, maior a probabilidade disto acontecer.  Uma cultura de números, facilita sobre maneira a tarefa de controlar. Afinal, eles comunicam de forma direta, os resultados, as referencias, os padrôes e as variações ocorridas. Por incrível que pareça, vc pode perceber esta tendência no cotidiano das empresas. Quanto menos os números constarem nos diálogos, nos documentos, nas reuniões, mais imprecisos e inexatos serão os resultados desta organização. Mas nem só de números vivem as empresas.  O controle interno é um procedimento que visa inibir e dificultar a fraud

CONCORRÊNCIA INVERTIDA

A corrupção é um mal endêmico no Brasil, presente em cada um dos 5.570 municípios brasileiros. Isso nós já sabemos. O que precisamos entender melhor é que quem rouba o dinheiro público tem uma lógica diferente da nossa. O faz sem o menor remorso e ainda se vangloria, achando que é a pessoa mais bem sucedida do mundo. É como se fosse um psicopata que não sente freio moral diante da atrocidade que comete. Não é um crime passional ou cometido em um ato impensado, num descuido ou esquecimento. Quem o comete, sabe o que está fazendo e muito comumente o repete quantas vezes for possível. Ele vem de falhas de caráter e não de um momento infeliz. Quem o faz pretende tirar vantagem sobre os demais. É um crime de ganância.  De uma maneira geral,  situações assim,  somente se resolvem com Educação. Sabe aquela lição severa que o pai ou a mãe dão, quando a criança pega o que não é dela? Essa mesmo. Sabe aquele ensinamento de Moral e Cívica que ninguém mais vê na escola? Essa também. Sabe aquele se