Crônicas da Vida Corporativa

Esta estória foi contada pelo Prof. Richard Steele da UCI em sua aula recente. Mudei os personagens e as palavras, mas o conteúdo é o mesmo. Serve para pensarmos em nossas motivações, diferenças, interesses, enfim, no tipo de vida que nós queremos. Um executivo estava numa praia de férias quando viu chegar um pequeno barco, um pescador com o resultado de sua pesca. Ele achou os peixes muito bons e perguntou: - Quanto tempo você levou para pescar estes excelentes peixes ? - Algumas horas somente. Respondeu o pescador. - Porque você não ficou mais tempo para pegar mais peixes ? Indagou o executivo. - Porque esses peixes são suficientes para a minha família, senhor. Disse o pescador, enquanto retirava a pesca do barco. - Mas então o que você faz no resto do seu tempo ? Perguntou o curioso executivo. - Eu durmo até tarde, brinco com meus filhos, fico com minha esposa, passeio com a minha família, toco violão, vejo o por do sol e adormeço na rede, ouvindo o barulho do mar !  O ex

O Prof. Richard Steele da Universidade da Califórnia-Irvine é um especialista em Negociação Internacional. Trata com pessoas de todo o mundo, incluindo japoneses, chineses, sul-americanos e europeus.   Assistir sua aula cheia de exemplos, exercícios e recomendações é um   privilégio.  Para ele, negociar é firmar parcerias. Em um negócio controlamos a operação, as finanças, a pesquisa e o desenvolvimento, as vendas e o marketing, mas existem várias outras variáveis que não controlamos e influenciam nos resultados. Da mesma forma, uma negociação é influenciada pelo idioma e linguagem, pelos valores, pela forma das partes decidirem e pelo comportamento não verbal. A verdade é que problemas de comunicação afetam diretamente a negociação. Os conceitos e as condutas da outra parte também e por isso precisam ser previamente conhecidos.   Para o sucesso, sempre devemos ter do nosso lado três elementos: O conhecimento, o tempo e o poder.  Negociar é conseguir o que você quer de alguém, at

  Em 1945, a cidade de Hiroshima foi dizimada em alguns segundos.  O vídeo institucional da Mazda, usado por Jim Lievois, Vice Presidente Senior e CFO, conta a história dessa empresa com sede naquela província. Mais que isso, conta como a empresa adquiriu o espírito de nunca desistir, de reconstruir das cinzas, de superar-se e seguir em frente. Jim admite que a empresa cometeu erros no passado e isso é uma atitude de grandeza. Porém, após um trabalho de reposicionamento estratégico da marca e dos seus produtos, está em franca ascensão no mercado americano e mundial. O oitavo lugar no ranking não os intimida. Eles dizem que possuem o espírito de Hiroshima.  No centro de pesquisa e desenvolvimento, em Irvine na Califórnia, podemos constatar o trabalho diferenciado que a as dedicadas equipes de desing e engenharia realizam. A sala de estudo de tendências (nome que eu mesmo dei), possui painéis com todas as marcas de automóveis do mercado e outras marcas de produtos, que possuem identidad

A estratégia de marketing deve necessariamente considerar as tendências econômicas relacionadas ao comportamento do consumidor. Neste contexto, é preciso observar que o otimismo favorece o consumo, o crédito, o investimento, e que o empreendedorismo favorece o crescimento ou a recuperação de uma economia. A preferência do consumidor existe em função da renda, das alternativas ao produto, da oferta no mercado, da necessidade que ele tem satisfeita, entre outros fatores. As ações de marketing devem considerar isso e o ciclo de vida dos produtos, sob pena de fracassarem.  O marketing precisa conhecer o cliente melhor do que ele mesmo, antecipar-se à sua necessidade e levar em conta que clientes novos dão 5 vezes mais trabalho para conquistar do que manter os clientes atuais. Precisa também trabalhar com indicadores (medidores) e falar a língua de finanças, com embasamento numérico, pois, não importa o quanto você vende mas sim o quanto de dinheiro você gera.  Por fim, o marketing deve

A maior barreira para a inovação é a resistência. E ela se manifesta de várias formas: Não é o modo que nós fazemos isso aqui, não temos orçamento, está fora do seu escopo de trabalho, o chefe não vai gostar, são algumas entre muitas restrições. Na verdade, a inovação altera zonas de conforto e pode abalar a hierarquia. Isso pode ser muito perigoso para quem deseja somente manter o seu status quo na organização.  Martin Wartenberg, professor da UCI, ensina que “ninguém vai mudar até que a dor do presente seja maior que o medo do futuro”, sinalizando o quanto é difícil este processo. Segundo ele, a Disney busca a inovação desde a seleção do seu pessoal, quando busca pessoas com experiências diversificadas inclusive fora do campo profissional, sem medo do risco e perseverantes,  e propõe para elas que “amem muito, sorriam diariamente, trabalhem pesado e sonhe todo dia”.  Já a Apple busca mudança de paradigmas e a resposta para a seguinte pergunta: Como você usa aquilo que você sabe ?

O Prof. Martin Wartenberg da Universidade da Califórnia- Irvine, explica que inovação não se copia. Cada empresa possui a sua forma de fomentá-la. Mais importante do que consultores é não punir o insucesso. No mundo, mais de 90% das empresas reconhecem que inovação é uma prioridade, mas poucas sabem construí-la, pois é preciso toda uma cultura que a promova. A participação do Governo é fundamental, porém a forma como ele atua pode potencializar ou prejudicar a inovação nas empresas. O modelo ocidental é basicamente formado por Universidades e Empresas que juntas geram as soluções para a sociedade.  Todo ser humano é criativo. Na infância e na velhice, quando não estão mais pressionados pelas normas sociais, podem ser mais ainda. Porém criatividade e inovação são coisas diferentes. Ter uma boa idéia tem haver com criatividade. Tornar esta idéia uma realidade viável economicamente, e levá-la ao cliente tem haver com inovação. O que faz uma empresa ser pioneira é o quanto ela investe e

Existem empresas que pagam bons salários. Pagam plano de saúde, tickets refeição, fazem festas e dão agrados aos seus colaboradores. Porém, isso não é o bastante para manter talentos em seus quadros. Muitas delas perdem pessoas após anos de investimento e não contabilizam estas perdas da forma adequada.  Na verdade, as pessoas precisam de algo mais do que salário para manter-se em seus empregos. Alíás, uma empresa cujo quadro só permanece por causa disso, encontra-se numa situação preocupante. As pessoas precisam de uma razão para trabalharem. Triste daquele que não há tem. E esta razão quem fornece é o líder. É a liderança que constroi os vínculos, identifica as motivações e os perfis, edifica as equipes., motiva, reúne, coordena e serve de referência. Tudo isso rumo ao plano estratégico da empresa. Este é um trabalho silencioso com resutlados a médio prazo. É uma das competências mais preciosas no universo corporativo e feliz da empresa que possui, reconhece e mantém executivos

Podemos mensurar o tamanho de uma empresa de várias maneiras. Por exemplo, pelo tamanho do seu faturamento, pela participação no mercado, pelo volume e valor dos seus ativos, pela quantidade de colaboradores, pelo número de filiais. Enfim, oficial e extraoficialmente nós usamos os nossos referenciais. No entanto, as empresas são grandes quando  são grandes as pessoas que a fazem. Uma empresa em crescimento precisa de pessoas que também possuam o mesmo objetivo e estejam no mesmo momento existencial. Ela puxa as pessoas e as pessoas impulsionam a empresa. Do contrário, demorará mais tempo e gastará mais dinheiro para alcançar o patamar desejado.  Uma empresa que está estabilizada, acomodada em seu posicionamento no mercado, mesmo que não queira acaba por identificar-se e atrair pessoas que buscam a mesma situação. Um empresa em declínio, leva consigo no mesmo caminho aqueles que não pularam do barco antes. Mas lembre-se de que o tamanho das pessoas não se mede pela altura. O tamanho

Willian Edwards Deming foi um matemático, estatístico e músico que findou sua vida como o pai da gestão da qualidade. Sua influência foi tanta qua ganhou um prêmio com seu nome. Principalmente no Japão, a sua contribuição parece ter sido incorporada a cultura de muitas empresas, ajudando aquela nação a ser o que hoje ela é. Deming possui proposições bastante peculiares com enfoque dominante em pessoas. Alguma coisa eu faria diferente, mas seu legado nos impede de ignorá-lo Vamos conhecer o seu programa de gestão: 1. Criar constância de propósito para o aperfeiçoamento dos produtos e serviços. 2. Adotar a filosofia da qualidade. 3. Cessar a dependência da inspeção. 4. Minimizar o custo total com base em relacionamentos de longo prazo com fornecedores únicos para cada item. 5. Aprimorar constantemente o sistema de produção de produtos e serviços. 6. Implantar treinamento sobre trabalho. 7. Mudar supervisão por liderança. 8. Expulsar o medo para que todos trabalhem com eficiênc

Mudar ou tocar uma empresa não é algo que se faz sozinho. Nem pense nisso. Por isso é preciso ter pessoas trabalhando com você e para você e não contra você.  Para relizar um projeto, é mais importante contabilizar aliados do que opositores. Os primeiros ajudam e os segundos boicotam. Sem dúvida, ter os primeiros é melhor do que acumular os segundos. Para firmar alianças é preciso entender as expectativas, direcionando-as para onde é preciso. É preciso conceder sem perder o rumo, sem macular ou comprometer . É preciso escolher bem. Enfim, formar aliados é um processo complexo que exige grande habilidade. È dificil mas nem por isso deve ser negligenciado. Portanto, se você não já fez, começe a numerar seus aliados na empresa, de forma a saber com quantos você pode contar. Trabalhe para aumentar esses números e não para reduzí-los. Dessa maneira, você saberá se vai durar muito tempo. Pode ser pelo número de aliados que se mede até onde você vai. Mas não se engane. Não conte quem voc

Desenvolver uma empresa não é fácil nem rápido. Ela é uma aglomerado de pessoas, materiais e equipamentos, dispostos em processos, normas e setores, lidando com informações, dinheiro e circunstâncias externas, com o objetivo de agregar valor economico e social. Quanto maior for, mais complexo será apesar de existirem padrões que podem ser identificados com a experiência. Desenvolver uma empresa não é só melhorar o RH, a TI, o financeiro, a gestão, o marketing, etc. É fazer tudo isso junto e ao mesmo tempo, e ainda lidar com questões circunstancias da operação cotidiana da empresa. Por isso, uso uma estratégia que chamei de "células de desenvolvimento", na qual elas e a empresa são vistas  conforme a abordagem sistêmica das organizações, juntamente com ingredientes do Balanced ScoreCard e da minha vivência profissional. A definição das células não segue necessariamente delimitações físicas ou de  setores mas sim tarefas e objetivos afins. Para cada uma, defino indicadores re

Guardo até hoje o jornalzinho da KPMG de Setembro de 1989. Na página 3 estão as fotos dos grupos de trainees que entraram naquele ano nos escritórios da empresa pelo Brasil: São Paulo, Porto Alegre, Belo Horizonte, Salvador, São Carlos e Rio de Janeiro, onde tive a satisfação de ingressar.

Ora, na maioria das empresas você vai passar por pressão e ser cobrado. Quase sempre muito cobrado. Então em vez de ficar se defendendo, colocando a culpa nos outros, escondendo a poeira embaixo do tapete, se estressando, imaginando que todos querem lhe derrubar, sonhando em trocar de emprego, criando mais problemas do que você já tem, porque você não faz a coisa certa ? Qual ? Resultados. Perceba que você está entregando o produto errado. E isso é fatal. Todos à sua volta querem resultados, atendimento das necessidades, soluções. Eles são seus clientes internos. E você está brigando com seu cliente ? Isso é loucura. Na verdade, é imaturidade pessoal e profissional. Do cliente externo vem o faturamento que mantém a empresa. Do cliente interno vem o conceito que lhe mantêm na empresa. Jamais se esqueça disto. Por isso, respire fundo e começe hoje mesmo a agir para atendê-los. Troque o pescoço dos outros pelo trabalho.

Uma das piores coisas que se pode fazer com um trabalhador, é fazê-lo acreditar que o sistema é injusto, que a empresa em que ele trabalha é um inferno, que ele é explorado, que o patrão e seus superiores são uma espécie de demônio e que ele nunca vai ter chances de melhorar na vida, a não ser lutando contra tudo isso em vez de trabalhar e estudar. É o que eu chamo de falácia vermelha. Ao pensar dessa forma, a pessoa canaliza seu empenho para a revolta em vez de direcionar seus esforços para aprimorar seus talentos e habilidades, para inovar e ser criativo, para superar as expectativas, para entender como pode melhorar a sua vida com os frutos dos próprios passos, em vez de ficar invejando os dos outros. Tudo isso, aumentaria a sua possibildade de crescer na vida, de ser promovido, de trocar de emprego por outro melhor, de um dia ter seu próprio negócio inclusive. Como um jovem balconista de pizzaria pode melhorar a sua vida ? Estudando, desenvolvendo seu talento, trabalhando duro,

Os espaços de lazer numa cidade são muito importantes. Para quem trabalha a semana inteira, no fim de semana é muito bom contar com isto gratuitamente. Os gestores públicos precisam compreender que ofertar estas oportunidades para população é uma ato em defesa da saúde física e psicológica de todos. Locais para a prática esportiva, para momentos com a familia ou amigos, para ouvir música de boa qualidade, para ter acesso a arte e cultura, ou mesmo informações de cidadania. Todos os muncípios deveriam promover estas coisas sempre. Eu e Bia na orla da Pajuçara no domingo Espero o dia para ouvir uma orquestra de música clássica tocando na manhã ou no entardecer da Pajuçara, como já ocorreu com Artur Moreira Lima e seu piano há muitos anos. O domingo é uma boa oportunidade para elevar o nivel da população e fazer uma boa higiene mental.