Crônicas da Vida Corporativa

O Banco Central do Brasil anunciou a nova taxa básica de juros da economia, a conhecida Selic. Com patamar de 14,25%, somos campeões mundiais neste quesito. Melhor que fosse em prosperidade empresarial e pessoal.  Juros altos na economia possuem impacto direto nas empresas. Vamos repassar algumas providências para este fator não piorar ainda mais a situação que já não está boa. 1. Organize o seu fluxo de caixa, para pagar as contas no vencimento com o dinheiro gerado pelas suas vendas e evitar antecipações de receitas. Usar capital de giro de terceiros e  liquidar os recebíveis, vai consumir mais do seu lucro e isso vai favorecer mais o endividamento, gerando um ciclo vicioso. Olhe para o seu fluxo de caixa todo dia.  2. Inclua nas suas contas a necessidade de capital de giro, que é o dinheiro que você precisa ter para a empresa funcionar sem recorrer ao dinheiro dos outros. Adote isso como uma obrigação a pagar igualmente a qualquer outra, como folha por exemplo. E quando tiver formad

As respostas elucidam o nosso caminho. Mas as perguntas nos desafiam. Uma não vive sem a outra. Para um negócio, perguntas certas e adequadas com respostas fundamentadas são essenciais para o seu sucesso. As pessoas trabalham tanto todos os dias que as vezes se esquecem de perguntar e responder questões fundamentais. Segue uma pequena lista de perguntas cujas respostas trazem benefícios enormes para a administração de uma empresa.  1- Para onde estamos indo ?  2- Este negócio está gerando dinheiro para quem o fundou ?  3- Qual o seu ponto de equilíbrio ?  4- As vendas estão abaixo ou acima dele ?  5- Quais as margens de contribuição existentes ?  6- Qual o menor preço que pode vender seus produtos sem comprometer a sua sustentabilidade ?  7-  Qual o valor máximo que pode ser investido em estoques, em imobilizado ou contas a receber sem prejudicar o caixa ?  8- Quanto ele precisa gerar de lucro para formar e manter seu capital de giro ?  9- Qual a sua necessidade de capital de giro ?  1

Os mais desavisados podem imaginar que o lucro é a coisa mais importante em uma empresa. Não é. O lucro é apenas uma medida de eficiência e nem sequer representa necessariamente dinheiro, como muitos ainda pensam. Em nosso país existe muito preconceito sobre o lucro, como se ele fosse um mal para as pessoas e para a sociedade, uma espécie de demonstração de falha de caráter quando na verdade nada disso faz sentido. Pensar que o lucro é a única finalidade de um negócio, na verdade demonstra pouco conhecimento sobre como funcionam as finanças de uma empresa. Por isso, para aqueles que quiserem, vamos tratar de ampliar um pouco estes horizontes, afirmando que nem todo lucro é bom, que nem toda empresa que possui lucro está em boa situação financeira ou ruma para dias melhores. O lucro operacional de um empreendimento deve ser relacionado com o volume de investimentos que a empresa faz para obtê-los. Para saber quais são estes investimentos, você deve olhar no balanço patrimonial o total d

Uma das maiores dificuldades da atividade empresarial, é lidar com o capital de giro. Existem motivos para isso. Ele é muito dinâmico, volátil, altera-se a cada dia e a cada operação que é realizada e é sistêmico. Se você perguntar para dez empresários qual a necessidade de capital de giro do negócio dele, a maioria não vai saber ao certo. Alguns possuem uma conta de cabeça mais para uma opinião do que para a aferição desta necessidade. Não é a toa que a gestão do capital de giro figura sempre nas listas como uma das maiores dificuldades das empresas.  Então, vamos dar a nossa colaboração neste assunto com o objetivo de tornar-lo sempre mais acessível a quem deseja gerenciá-lo melhor.  1) O capital de giro é formado pelo lucro. Quanto maior for a lucratividade e menores forem as retiradas de sócios ou investimentos, maior será o capital de giro. Trata-se de um reinvestimento no negócio para que ele possa continuar funcionando.  2) Como ele é um montante que você precisa ter em suas dis

Se você ainda não ouviu falar do ponto de equilíbrio, esta é uma boa oportunidade para conhecê-lo. Se você já conhece, vamos acrescentar um pequeno detalhe que faz muita diferença. O ponto de equilíbrio é o patamar de receitas onde o lucro é zero. Abaixo dele a empresa está no prejuízo. Acima dele, ela começa a formar lucro. Identificar o ponto de equilíbrio é importante para a gestão tomar decisões.  Para calcular o ponto de equilíbrio, você deve fazer o seguinte: 1- Classifique os seus gastos (custos e despesas) em fixos e variáveis. Considere como fixos os gastos que não valiam com o volume de vendas ou produção. E considere como variáveis os gastos que variam com volume de vendas ou de produção do seu negócio.  2- Apure a margem de contribuição em seguida. Em termos unitários, você obtém a margem de contribuição subtraindo o preço de venda dos gastos variáveis relacionadas ao produto. Em termos totais, você obtém a margem de contribuição subtraindo as receitas dos gastos variáveis.

Resiliência é um atributo bastante necessário hoje em dia no Brasil. Originalmente relacionado com a Física, o conceito foi adotado pela Psicologia. Daí para ser incorporado ao universo corporativo foi um pulo. Quem é resiliente no trabalho tem a capacidade de recobrar uma evolução positiva diante da adversidade, de uma situação difícil. Ou seja, consegue recuperar-se, manter o foco e retomar o caminho construtivo.  Esta qualidade é importante hoje em dia porque existem maus profissionais atuando no mercado, e quando você menos espera pode se deparar com um deles. Estes profissionais promovem constrangimentos em público, criticam colegas, menosprezam o trabalho alheio e enaltecem o próprio, se acham no direito de destratar os outros, tiram conclusões precipitadas, e vivem aplicando receitas de bolo, usando termos técnicos para dar a impressão de competência, errando no conceito de indicadores, entre outras coisas. Realmente, diante de uma situação assim é preciso ter resiliência, do co

Você pode ter o melhor sistema do mundo. Pode ter pago por ele uma pequena fortuna ou uma módica mensalidade. Ele pode ser completo, ter relatórios, gráficos e até painéis. Pode fornecer dados e indicadores. No entanto existem dois requisitos que são fundamentais para que isso ajude na gestão do seu negócio. Sem eles, saber ou não operar o sistema faz pouca diferença.  1o) O sistema tem de ser atualizado adequadamente  - A grande maioria dos sistemas coleta dados, processa e retorna estes dados para seus usuários. Se a coleta é equivocada, o retorno também será. De nada vai adiantar ter um sistema se as informações nele contidas forem erradas. E também elas perderão muito de sua utilidade se forem atrasadas. Então, além de consistentes e certas, elas devem ser pontuais.  2o) As pessoas precisam saber o que fazer das informações que o sistema dispõe - O outro requisito é tão quanto importante, pois vai adiantar pouco você ter a informação e não saber o que ela significa ou não saber o q

Quando alguém monta um empreendimento deseja logicamente que ele seja viável. Porém, a viabilidade de um negócio não é determinada pelo volume de vendas, pela participação no mercado, pelo conhecimento da marca, pela satisfação do cliente, apesar de tudo isso ser importante e colaborar com ela. Sob a ótica financeira, a viabilidade é determinada pelo retorno do capital investido. Para apurá-la precisamos tomar algumas providências simples, mas que são bastante eficazes na hora de mensurar esta viabilidade. É recomendável que cada empreendedor faça isso para saber se sua iniciativa está dando certo e é realmente viável.  1o) Saiba exatamente quanto colocou no negócio: Para isso, você precisa saber exatamente quanto foi o seu investimento inicial, ou seja, quanto gastou para montar ou ingressar no empreendimento. Parece óbvio, mas nem todo mundo sabe isso. Alguns tem uma noção mas não sabem precisamente, outros fazem esta conta de cabeça. Anote em um papel ou registre em uma planilha, ab

  Sim, o dinheiro encanta e muitas vezes engana. Não é raro constatar casos de pessoas que conseguiram conquistar uma boa quantidade de dinheiro com atividades empresariais e terminaram enfrentando dificuldades por isso. O dinheiro é apenas um meio de troca. Uma simbologia que criamos para facilitar as transações e demonstrar o valor das coisas. Mesmo assim, ele pode exercer um poder muito forte sobre algumas pessoas e prejudicar em vez de ajudar. Você pode perceber isso, quando o dinheiro aparece no saldo bancário.   Por isso vamos falar um pouco de dois antídotos para vencer o encanto do dinheiro. Duas práticas que se realizadas podem ser eficazes nesta tarefa.   a) Visão de Longo Prazo: Sempre concentre-se no longo prazo. Evite o curto e o curtíssimo prazos. Quem vive nele, normalmente tende a gastar mais do que produzir. Tende a  ter as contas desequilibradas e apresentar dificuldades. Pensar o amanhã é uma forma de ponderar o hoje. Pense em que empresa você quer ter