O QUE É INFIDELIDADE FINANCEIRA
“Prometo ser fiel na alegria e na tristeza, na saúde e na
doença, amando-lhe e respeitando-lhe até que a morte nos separe.” É mais ou
menos isso que um casal diz na hora dos votos matrimoniais. Porém, na prática
nem sempre as coisas seguem conforme a jura feita na frente de todos. A fidelidade é condição de alta relevância
num relacionamento e fundamenta a confiança tão necessária para a plenitude do
casal. Sem ela, o relacionamento acaba por perecer mais cedo ou mais tarde. Não
há dúvidas que a infidelidade é uma das grandes responsáveis pelas separações
hoje em dia.
Note que na hora dos votos, ninguém diz que promete ser fiel
nas finanças. Algo como: “Prometo ser fiel no dinheiro, na poupança e no
patrimônio, na riqueza e na pobreza, na fartura e nas dívidas, partilhando e
contribuindo até que a morte nos separe!”. Realmente ficaria ridículo. Mas o
fato é que o casamento é uma espécie de sociedade, a sociedade conjugal.
Principalmente àquela regida pelo regime de comunhão de bens. E nela, está
implícito que as partes devem atuar juntas de forma colaborativa para a saúde
financeira do casal e da família. Em outras palavras, o dinheiro faz parte do
contrato.
No entanto, algumas pessoas ignoram esta premissa e praticam
o que bem podemos chamar de infidelidade financeira. Ela ocorre quando uma das
partes sonega a sua renda total ou parte dela, direcionando-a para gastos que
nada tem a ver com o casal. Ela também ocorre quando ela sonega pagamentos e
aquisições que nem sempre estão relacionados com a família, mas tão somente ao
interesse da parte que a comete. Normalmente, essa prática já vem instalada
desde o início da relação ou foi instalando-se gradativa e lentamente ao longo
dos anos. Na maioria dos casos, a outra parte até percebe porém, tolera
imaginando ser um direito de quem faz. A questão é que os direitos precisam ser
fundamentados em deveres, se não eles na verdade transformam-se em abuso.
A renda gerada por uma pessoa é de sua propriedade, e o fato
dela casar-se não altera esta situação. Do contrário, estaria se instalando um
espécie de “comunismo conjugal” onde você perderia o direito ao dinheiro que
você gera. O patrimônio formado por essa renda é que submete-se à partilha na
hora de uma separação pois subtende-se que ambos concorreram para o mesmo, cada
uma a sua maneira. Mas enquanto isso não ocorre deve ser de usufruto dos dois.
No entanto, de forma voluntária, os cônjuges devem arcar com
as despesas comuns de maneira equilibrada e proporcional. O ideal é que isso
ocorra, sendo preservada uma parte para a individualidade de cada um. De uma
maneira geral, uma parte da renda se destinaria a manter a família e outra menor
para os gastos pessoais. Outra coisa ideal é discutir o orçamento com o
cônjuge, abrir as contas, combinar os gastos e principalmente cumprir o que
acertou.
Sem isso, o que acontece é que vão existir muitas arestas
para a infidelidade financeira se instalar. E depois que ela se instala, pode
evoluir para outra infidelidade ainda maior. As finanças tratadas de maneira
certa, ajudam os casamentos.
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