DECISÃO E REALIDADE
Se você prestar bem atenção,
decidir pode levar menos de 5 segundos. Porém, na maioria dos casos, tornar
aquela decisão uma realidade efetiva e perene na corporação demora muito mais
tempo do que isso. As vezes meses ou anos. A decisão é o start, o começo, o
ponto de partida. A realização exata é a conclusão ideal deste processo que
começou, é o happy end. Entre estes dois pontos existem variáveis que não podem
ser desconsideradas e que impactam diretamente no tempo entre os dois. Nunca o
tempo entre eles é zero, pois somente Deus tem a prerrogativa do faça-se. A
qualidade dos recursos humanos, dos materiais e equipamentos, a tecnologia e know-how utilizados, a organização interna, a disponibilidade financeira, são
fatores que influenciam diretamente no resultado.
Podemos muito bem chamar este tempo
entre a decisão e a realização de delay organizacional. Quanto menor ele for,
melhor para a empresa e isso indica um certo grau de qualidade interna. Quanto
maior for esse tempo, pior será para a empresa, e ele indica que no caminho
existem problemas a serem resolvidos. Existem barreiras que estão represando ou
desviando o curso do o rio até o mar. Nosso papel é desobstruir as barreiras
para que ele sempre siga o melhor caminho. E acredite. Ele sempre segue.
Quando uma decisão é tomada, um
start é dado, seguem-se uma série de providências para que ela chegue na sua realização.
O rio inicia sua trajetória. Essas providências possuem um custo e nelas são
gastos trabalho e dinheiro no mínimo. Elas seguem etapas como um efeito dominó.
Se o decisor muda a sua decisão sobre o mesmo assunto muito rápido, ou antes do
final esperado, temos uma situação danosa. Seria o caso de um juiz decidir pela
prisão de uma pessoa e antes que a polícia execute, decidir pela prisão de
outra pessoa pela mesma justificativa. Todas as providências anteriores
precisam ser canceladas, e uma nova diligência precisa ser iniciada. Neste caso
você tem o custo de realização da primeira decisão cuja realização se iniciou, o
custo do cancelamento, o custo da duplicidade de ações pois neste tempo houve
desperdício, e o custo da nova iniciativa. Isso mesmo, são quatro ! Na empresa
ocorre da mesma maneira, com o agravante de as vezes não haver o cancelamento
adequado e as pessoas ficarem “batendo cabeça” ou dois sujeitos serem presos por
policiais diferentes. Se isso ocorrer você deve contabilizar ainda o custo do
engano e passam a ser cinco ! Considere
também o descrédito nas próximas decisões daquele juiz como um custo, e serão seis ! Isso é sem dúvida um mau negócio.
Desta forma o delay
organizacional aumenta. Por isso, as decisões precisam ser bem tomadas. Decidir bem significa considerar a execução. E também significa que deve haver análise anterior com base em dados, blindagem contra
emotividade e impulsividade, e um rumo estratégico previamente definido a
seguir. Quem não considera isso, vai continuar gastando muito para fazer pouco.
Comentários
Postar um comentário