ASPECTOS DO VALOR E DO DINHEIRO





Imagine que você está em um local que só tem maçãs para comer. Se você tiver somente uma maçã, qual será o valor dela para você ? Agora se você tiver 80 maçãs, qual será o valor de cada uma delas para você ? É de se esperar que as pessoas diminuam o valor que dão as coisas, quando elas possuem mais e vice versa. Desta forma, quem possui um carro dá muito mais valor a ele, do que quem possui cinco, e assim por diante. Isso seria um pensamento econômico racional da relação do ser humano com os seus ativos. Essa forma de raciocinar, não é a única para abordar estes aspectos, no entanto nos fornece alguns insights interessantes.

Por exemplo, seguindo esta linha quanto mais pessoas existam no mundo menor valor a vida delas terá. Um pais mais populoso como a China daria menos valor ao ser humano do que a Islandia. Em São Paulo a vida humana teria menos valor que numa pequena cidade do interior com 20.000 habitantes. Ou seja, nossa percepção de valor seria afetada diretamente pelo vetor quantitativo. Mais ou menos, da mesma forma que o preço é afetado. Mas valor e preço são conceitos diferentes, apesar de serem complementares e influenciarem-se mútuamente.

Essa mesma regra se aplicaria ao dinheiro. Para quem possui pouco, ele teria muito mais valor do que para quem possui muito. Desta forma, as pessoas da classe D e C, valorizariam muito mais a sua riqueza, do que as pessoas da classe A e B. Será que é por isso que os ricos estragam mais dinheiro do que os pobres ? Certamente não. Isso acontece porque eles possuem mais dinheiro para estragar e o ser humano não funciona somente baseado em duas variáveis cartesianas. Entram aí caracterísitcas psicológicas, históricas e culturais, que impedem que essa equação seja tão exata. Não podemos esquecer a relação com o risco.

Parece que as pessoas menos avessas ao risco da perda de dinheiro, conseguem melhores resultados do que aquelas que focam muito neste ítem. Não que sejam desapegadas ou dêem menos valor a ele, mas simplesmente possuem menos medo de perdê-lo (talvez também porque tenham mais). Assim, estão mais propensas ao investimento que por sua vez gera retornos. Aquelas pessoas mais conservadoras, parecem perceber os desembolsos somente como gastos e não como investimentos, e seus retornos acabam sendo menores ao longo da vida. Se as coisas são desta forma, existe um ciclo que se completa e explica o pensamento popular que diz que o dinheiro só corre para quem tem. Porém, pode ser apenas porque quem tem mais dinheiro, possui maior capacidade de investimento e por conseguinte maior capacidade de retorno, aumentando assim sua riqueza de maneira mas rápida.

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