SETE ERROS EM UM POST DE POLÍTICO

Ontem à noite vi um post de um deputado por Alagoas louvando a aprovação das cotas raciais nos concursos públicos, no que certamente ele participou quando disse "aprovamos". A maioria dos comentários eram contrários as cotas, mas o deputado só agradeceu os favoráveis. Inclusive um deles explica bem a lógica deste equívoco quando diz que os negros são "desigualados pela desigualdade social" e acrescenta que somente 1% chegam a Universidade mas somam 60% da população. As cotas farão com que essa situação mude, o que recebeu elogios do referido deputado. Notem que o termo "desigualados" sugere algo voluntário, produto de uma ação deliberada. Apesar de não ter sido explícito e ter atribuído à  genérica "desigualdade social", fica implícito um ator neste processo, no caso os brancos, suponho. Primeiro equívoco. Atribuir a responsabilidade pela desigualdade social a determinada etnia é a mesma coisa de atribuir aos judeus a ruína da Alemanha antes da Segunda Guerra. Esta era a justificativa nazista para segregar. Que eu saiba, o processo de entrada na Universidade "era" através de uma prova igual para todos. Ou seja, meritocracia e estudo estão envolvidos e são os melhores critérios. Somente 1,8% dos jovens que se declararam negros tinham acesso a Universidade, mas não porque eram negros, mas sim porque não tiveram acesso adequado às etapas educacionais anteriores. Logo, o segundo equívoco é justificar a baixa presença pela cor. Melhorar o acesso à Educação é o caminho, e não aumentar as possibilidades de ingresso universitário baseado na pele. Terceiro equívoco é pensar que 60% da população brasileira é negra. Pelo que me consta e segundo o IBGE, a população negra e parda fica na casa dos 50%. Lembre que pardos são miscigenados e não podem ser considerados negros. Além de tudo, a cor da pele é uma característica declarada voluntariamente, e não define capacidade para ninguém. Trata-se de um pretexto para discriminar brancos e retirar deles seus direitos. O quarto equívoco é acreditar que as cotas vão mudar a situação. Tirando alguns casos de extraordinário empenho pessoal, a maioria continuará despreparada e somente baixará o nível acadêmico da Universidade o que trará maus resultados no futuro. Investir em Educação é o caminho, repito. O quinto é divulgar um flagrante erro como este, como se fosse uma boa ação para a sociedade brasileira. Não é. Trata-se de um favorecimento com intenções eleitorais para um determinado gupo. Uma prática clientelista, que se utiliza do que é público e de todos para beneficiar alguns. O sexto equívoco é votar em pessoas com essa mentalidade. Esse certamente é o pior de todos. E para terminar, o sétimo equívoco. É institucionalizar, e com isso perpertuar o racismo, incoerentemente, aquilo que se diz que se quer combater. 

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