PENSE NA DEPARTAMENTALIZAÇÃO POR PROCESSOS


Nos demonstrativos contábeis, as origens de recursos são iguais as aplicações. O passivo é igual ao ativo, num desdobramento do famoso método das partidas dobradas. Isso significa que um reflete o outro como uma espécie de espelho. A relação entre estrutura organizacional e estratégia empresarial deveria ser a mesma, ou seja, a estrutura deveria atender a estratégia, porém na prática nem sempre é assim. As duas são pensadas e realizadas sem esta conexão. O resultado é que teremos problemas sistêmicos que são os mais difíceis de identificar no dia a dia e de resolver à curto prazo. 

Isso porque muitas empresas adotam uma departamentalização por setor ou local físico, por exemplo. Em cada unidade organizacional um chefe tomando conta. Uma espécie de ocupação de território. Essa forma favorece ao territorialismo e dificulta a visão do todo, pois os processos internos atravessam as caixas do organograma precisando de coordenação e eficiência nem sempre conseguida e não conhecem funções, mas sim resultados.  Ninguém tem a visão completa e por isso as coisas não funcionam como deveria. Conflitos são um bom sinal que esta situação ocorre. Em muitos casos, essa maneira se torna inclusive mais cara, com a necessidade de manter gente demais para o controle, supervisão e gerenciamento das tarefas. São os que eu chamo de “destravadores” de processos. Mas como isso pode funcionar se os setores e unidades compartilham recursos e são interdependentes ? Como alocar estes recursos de forma racional e otimizada se as pessoas pensam na sua arvore e não na floresta ?

Talvez departamentalizar por processo, seja uma alternativa mais producente. Afinal o que o cliente deseja e a gestão precisa, não é de muitos setores mas sim que as coisas aconteçam. E aconteçam bem. Para isso, o primeiro passo é identificar os processos vitais da empresa, de acordo com a estratégia que ela possui. O segundo, seria alocar pessoas adequadas gerenciando as etapas, definindo claramente as entradas, processamentos, saídas e indicadores. Por pessoas adequadas entende-se talentos e habilidades formando cargos, e não cargos enquadrando talentos. O terceiro passo, é direcionar o gerenciamento disso para a ccordenação dos processos e fugir do enfoque setorial. Gerir processos e não setores. O quinto passo, é colher os bons frutos desta solução que podem ser harmonia, rapidez e eficácia. Só para começar.

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