A DIMENSÃO SOCIAL DAS EMPRESAS PRIVADAS

Uma empresa privada nasce de um sonho. E quando ela nasce dificilmente se pensa em todas as dimensões que ela vai tomar ao longo do tempo. No começo, quem funda a empresa está mais interessado em dinheiro e no retorno do investimento que vai ser feito. Tem interesse em melhorar a vida, obter conforto e adquirir os bens que ele não conseguiria antes. Em outras palavras, interessado em ficar rico. A empresa nasce de um sonho e transforma-se logo numa realizadora de sonhos. Os sonhos pessoais de quem a fundou. 

Porém, se o negócio dá certo e cresce, com o passar dos anos a empresa assume outras dimensões mais complexas, sem encerrar as anteriores. O dono continua querendo o máximo de dinheiro dela, mas por outro lado, surgem obrigações e necessidades de correspondência que a tornam um organismo social. Isso mesmo, uma empresa estabelecida é na verdade uma organização geradora de valor para a sociedade com seus produtos e serviços, geradora de renda para seus colaboradores que delas tiram o seu sustento, geradora de receita para o Estado em todas as suas esferas, geradora de impactos ao meio ambiente onde está instalada, dentre muitos outros.

Ao se estabelecer na cadeia de fornecedores e clientes, a empresa na verdade torna-se parte de uma rede social e para com ela tem responsabilidades. O empresário que começou tudo achando que o negócio seria dele, que ele mandaria em tudo e faria o que quisesse, depara-se com a dura realidade dos fatos. A empresa é dele sim, mas por fazer parte da rede social, possui obrigações traduzidas em normas trabalhistas, fiscais, previdenciárias e civis que regulam o seu funcionamento. Uma empresa não faz o que quer, faz o que deve ser feito. E quanto mais cresce, mais a dimensão social assume papel preponderante em lugar da dimensão pessoal do início. As empresas em crescimento, vivem o conflito destas duas dimensões. Para avançar, precisam amadurecer e isso significa entender e vivenciar a sua dimensão social.