POR DENTRO DO TURNOVER



O Turnover alto é um mal silencioso que afeta as empresas que possuem problemas estruturais no seu funcionamento e cultura. As pessoas saem de uma empresa quando não encontram condições de continuar. E estas condições na maioria da vezes dependem da empresa. Por outro lado, muitas empresas demitem porque querem soluções de curto prazo, sem enxergar ou querer resolver os próprios problemas. É lógico que quando uma pessoa não rende o desejado a saída é uma possibilidade, no entanto antes de colocar em prática, é preciso saber e superar os motivos desse desempenho abaixo do esperado. Pode ser que expectativa esteja errada, pode ser que a pessoa não tenha condições objetivas de corresponder, pode ser que a própria empresa a impeça disso. 

A troca de um recurso humano traz muito mais custos que as verbas rescisórias apresentam, verbas estas que não são baratas. Você precisa considerar o investimento que foi feito nesta pessoa que serão perdidos. Também o investimento que tem de ser feito no novato. Precisa considerar também a interrupção de continuidade, perda de informações, adaptação do grupo, risco de não dar certo, boicotes e sabotagens. As mudanças constantes de pessoas fazem com que a equipe opere sempre abaixo do que podem porque voltam ao começo na curva de aprendizado. E isso é sério para os dias de hoje. Pior ainda, semeiam um crônico sentimento de insegurança, como bem identificou recentemente uma gestora de desenvolvimento humano com a qual conversei. Acrescento que a insegurança corrói a iniciativa e o comprometimento, minando os alicerces da organização. Também se alastra para fornecedores e clientes. Perde-se confiança. 

Muito melhor do que trocar pessoas a esmo, é resolver as barreiras que impedem um melhor desempenho e apoiar a melhora. Isso é o que fazem as empresas que desejam permanecer no mercado e que possuem uma visão de longo prazo. Desejam estar bem na foto hoje e sempre, e não somente agora. Empresas mundiais como a Toyota e Motorola, entre muitas outras, já descobriram que os processos são mais responsáveis pela ineficiência do que as pessoas. Por isso, direcionaram seus esforços em melhorá-los antes de ficar trocando seis por meia dúzia. 

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