FINANÇAS E FALÊNCIA




A gestão financeira é uma das coisas mais importantes para o sucesso de um negócio. Na verdade, eles só permanecem se tiverem uma administração dos números e isso vale para as grandes corporações e para os pequenos empreendimentos que começam. Não é a toa que o SEBRAE informa ano após ano a falta de controle financeiro e capital de giro, além da alta carga tributária, como causas principais da falência de novos empreendimentos até o segundo ano de vida. Além disso, mais três motivos estão também relacionados com o universo financeiro: a falta de realismo, de visão se longo prazo e confusão entre as finança pessoais e empresariais por parte dos sócios. Tudo isso somado é mortal para qualquer pessoa jurídica. 

Não ter controle financeiro é praticamente não ter informações sobre o DNA da empresa. Não saber quanto tem para pagar ou receber, ou quanto pode gastar. Mais que isso, é não saber o custo do capital que financia o negócio, seja este capital próprio ou de terceiros, não saber qual o retorno que se tem sobre os ativos e não saber se o lucro é suficiente para gerar riqueza, por exemplo. Isso é grave e na maioria das vezes é encoberto por uma margem gorda ou por uma onda de crescimento nas vendas. Quando isso acaba, vem a realidade.

A falta de capital de giro por sua vez é um grande vilão bastante conhecido. Ela se dá quando os recursos financeiros são insuficientes para dar continuidade as operações. Isso pode ser causado por múltiplas causas. Pode ser uma baixa momentânea nos recebimentos ou um problema crônico de prazo de contas a receber. Pode ser um investimento excessivo nos estoques, causado por compras excessivas ou mal feitas, gerando um baixo giro nos itens. Também pode ser pelos prazos curtos nos pagamentos. A falta de margem nas operações também decorre na falta do capital de giro, é preciso não esquecer.

Se olharmos com outros olhos, a também conhecida queixa de alta carga tributária também está relacionada com gestão das finanças. Isso porque o pagamento de tributos e encargos é uma obrigação como qualquer outra, e deve ser coberta pelo preço de venda, nem sempre bem formado. Em outras palavras, sendo uma obrigação certa, precisa estar plenamente coberta pelas operações da empresa. Se o dinheiro arrecadado pelo governo não está sendo bem aplicado é outra estória. O fato é que empresas que não possuem condições de pagar seus impostos, estão com sérios problemas de planejamento financeiro.

A falta de realismo e de visão de longo prazo, estão ligadas a condutas cujos números podem ajudar a reparar. A utilização de um orçamento anual já é um bom começo. O contato com o fluxo de caixa mensal também, Mas talvez a pior delas seja a mistura das finanças pessoais e empresariais. Ela é um sinal claro e danoso da imaturidade financeira de quem a pratica, pois sãos duas coisas completamente diferentes apesar de relacionadas. A separação entre as duas é fundamental para a saúde do negócio. E isso não depende dos números mas sim de vontade. 

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