ELES SÃO DEPENDENTES




A dependência é um dos males da modernidade. Existem dependentes de cigarro, de comida, de sexo, de alcóol, de compras, de drogas, de remédios, de jogo, de beleza. Ela está baseada numa fragilidade interior que reune caráter, personalidade, emoções, experiências, valores, entre outros pontos, inerentes ao indivíduo. Esta condição encontra variáveis externas de oportunidade ou circunstância, que acabam favorecendo o uso do objeto da dependência.

O dependente agarra-se a isto para promover contínuas sensações de prazer e bem estar, de poder e pseudo felicidade. Na maioria dos casos perde os limites, pejudica a si mesmo e aos outros, inclusive aqueles que ama ou aqueles que sentem amor por ele. Cria um círculo de culpa, remorso, negação da realidade e da própria condição, para não enfrentar a realidade de si mesmo. Imerge numa espiral de fuga-transferência-recompensa onde o fim as vezes só vem de forma trágica O dependente é no fundo um egoísta, infeliz e sobretudo, um dissimulador da verdade. Eles nascem com essa tendência, mas despertam, desenvolvem  e aprendem ao longo da vida, resultando em casos muito complexos.

Alguns políticos são na verdade dependentes. Travestidos de homens públicos para os quais seriam necessários elevados conceitos e condutas, são na verdade medíocres viciados no dinheiro público, na facilidade, no tráfico de influência, no sentimento de importancia e sucesso, que conseguem na carreira política, mesmo que isso seja embasado em roubo, prostituição, corrupção e enriquecimento ilícito. Destroçam a vida das suas famílias, modificam seus comportamentos e querem sempre mais.

Para os dependentes químicos temos clínicas de reabilitação. Para estes políticos temos por enquanto a cadeia. Talvez não seja suficiente. É preciso blindar o Estado da invasão destas pessoas doentes, com mais indignação da sociedade que resulte em leis mais severas, a exemplo da "Ficha Limpa". Os Tribunias de  Contas precisam ser autônomos. Os Cartórios precisam estar linkados com a Receita Federal . O Estado é a grande invenção para o exercício civilizado do poder social, mas se não tomarmos conta dele, ele permanecerá impregnado, tornando-se tão doente quanto aqueles que o utilizam como objeto da sua dependência.

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