TEM DINHEIRO PARA ME ARRUMAR ?

Certa vez, em meio a uma crise financeira em seu negócio um empresário me perguntou em tom de brincadeira "E aí, tem dinheiro para me arrumar ?" Esta pequena pergunta representa uma boa oportunidade de compreendermos melhor como funcionam as coisas em termos de finanças corporativas e a atuação da minha consultoria neste sentido. 

A pergunta do empresário tem relação claramente com financiamento. Qualquer empreendimento possui duas formas de financiar suas operações: Com capital próprio e com capital de terceiros. Ambos possuem um custo, sendo o primeiro mais caro que o segundo. O capital próprio vem da integralização de recursos pelos sócios e do reinvestimento dos lucros obtidos na operação, caso ela seja eficiente para isso. O capital de terceiros vem normalmente de bancos e fornecedores, estes através do prazo que concedem, mas muitas vezes empréstimos de pessoas físicas e outras empresas também fazem parte desta carteira. Cada empresa possui um limite para ser financiada por capital de terceiros, baseado na sua capacidade de pagamento, o que podemos chamar de endividamento. A depender do volume e do custo, este volume de endividamento também pode ser benéfico ou danoso para a empresa e para os seus sócios. 

Então, ao fazer esta pergunta, ele demonstra que talvez não tenha a menor idéia destas coisas. A primeira coisa é fazer com que ele entenda. Depois, é transformar em números tudo o que foi dito acima, juntamente com um balanço financeiro da empresa, indicando o que ele tem de disponibilidades, contas a receber, estoques, imobilizado e contas a pagar. Com isso, podemos saber se ele realmente precisa de dinheiro, de quanto realmente precisa, para quando, se pode obtê-lo no próprio negócio e qual o limite saudável de endividamento. E depois de saber, podemos tomar as providencias corretas para que a empresa encontre formas de resolver o seu problema. 

Na grande maioria dos casos, parte do dinheiro que o empresario procura, está em seu próprio negócio, e o trabalho consiste em reestruturá-lo para obter este montante. Para a captação de recursos de terceiros, existem profissionais especializados mas podemos definir o montante máximo assim como a taxa máxima que o negócio suporta, evitando com isso complicações no futuro. Mas se o empresário não quiser trilhar este caminho, o que é um direito dele, a melhor coisa a fazer é procurar um banco para pedir dinheiro emprestado em vez de perguntar a consultoria. Pelo que tenho visto, este contrato somente estará sendo adiado, pois lá na frente, ele precisará de tudo o que a consultoria faz, só que estará mais endividado. 

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