UM PALCO PARA MUITO MAIS
Dois colegas caminham e
conversam. Um deles então pergunta para o outro no que trabalha. Ele responde
dizendo o nome da empresa. O ouvinte não reconhece e pergunta de quem é a
empresa. Ao ouvir o nome do dono, ele reconhece de imediato e exclama: Ah, Sim
!!! O Fulano de Tal ! Sei quem é ! Esta minúscula estória é na verdade apenas
a parte aparente de uma grande situação que precisa ser refletida e modificada
nas empresas brasileiras. O dono da empresa ser maior que a própria empresa. Em
patrimônio e em fama.
As empresas são personalidades
jurídicas distintas. Até serem criadas, fazem parte do imaginário de quem as
criou. Após começarem a funcionar, passam a fazer parte de uma rede social e
econômica, na qual possuem um papel fundamental de gerar riqueza, renda e
soluções para a sociedade. Os donos podem viver 80 ou 90 anos. As empresas são
criadas para viverem muito mais que isso. Esta já é por si só uma das grandes
diferenças e se todos os proprietários tivessem esta convicção, muita coisa
seria diferente. Em algum momento, a pessoa enquanto ser individual e breve,
deve dar lugar a organização mais perene e potencialmente mais útil.
Uma empresa precisa da sua
própria identidade, da sua própria imagem e da sua própria reputação, independente
de quem a criou. Mais que isso, ela precisa funcionar adequadamente sem que
seja preciso a presença do dono. Enfim, ela precisa ter vida própria. Se isto,
não acontece alguma coisa está errada. Um dos principais problemas nas empresas
de primeira geração, aquelas que estão sob a gestão do dono, é por exemplo a
confusão entre as finanças pessoais e empresariais. E a grande maioria das
empresas brasileiras são de primeira geração. Em outros casos a empresa está
praticamente comprometida, com um passivo impagável e seu futuro comprometido.
Porém, o proprietário está muito bem de vida. Ou seja, ela só serviu como
alavanca do enriquecimento de uma só pessoa. Muito pouco para o que as empresas
podem fazer.
Talvez os motivos que levem a
este fenômeno, estejam relacionados com o ego, com os valores morais ou
objetivos de quem empreende. Ou talvez seja reflexo da imaturidade empresarial ainda
reinante. O fato é que precisamos começar a ver as empresas de uma forma
diferente. Não somente como maneiras de ganhar dinheiro e palco para o show
daqueles que querem ser Pop Stars. Elas podem possibilitar isso realmente, mas
podem muito mais.
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