QUANDO FAZER UM VALUATION ?
A
avaliação de uma empresa é um processo bem mais complexo do que a realização de
cálculos. Você pode ter a melhor planilha, o melhor modelo matemático, mas
precisa ter experiência em empresas e capacidade de perceber aspectos
intangíveis do negócio. O processo matemático pode ser aprendido. A percepção
precisa de vivência para ser aprimorada. Certamente, a segunda avaliação será
melhor que a primeira, a terceira melhor que a segunda, e assim por diante.
Claro que aprender com aqueles que já passaram por isso, vai economizar muitos
erros, porém mesmo assim, este aprendizado não vai reduzir a necessidade da
experiência.
O Valuation como é chamado este processo,
atende a muitas necessidades nem sempre identificadas pelo cliente.
Originalmente, elaborado para empresas de capital aberto com ações negociadas
em bolsa nos EUA, disseminou-se da academia para o mercado, e hoje no Brasil
também atende empresas de capital fechado de vários portes. Nestas, a primeira
necessidade é aferir o valor do negócio para compra e venda, quer seja em sua
totalidade ou parte de suas cotas, que também podemos chamar de entrada e saída
de sócios. Neste momento, as partes se perguntam quanto vale o negócio. E o
Valuation responde com base em critérios razoáveis e tecnicamente aceitos.
Daí para se chegar no preço, é uma questão de negociação, sim porque
valor e preço são duas coisas diferentes. Mas o valor calculado, acaba por
influenciar o preço negociado, mesmo que ao final os dois não coincidam
exatamente. Precisamos ter coragem de admitir que quase nunca coincidem.
A compra e venda de cotas, apesar de ser
um momento oportuno para se fazer Valuation na empresa, não é o único. Na
verdade, para se conseguir um patamar melhor do ponto de vista do vendedor,
deveria ser feito bem antes. Isto porque, o valor de um negócio ao ser
conhecido, serve para avaliar a qualidade da gestão que o administra e o
posicionamento estratégico que ela ocupa. Um Valutation feito antes da compra e
venda, pode ser inclusive fator determinante para que este valor seja elevado
em função das providências tomadas seguintes. Ele faz parte de uma abordagem
chamada de Gestão Baseada no Valor, a partir da qual, a empresa passa a
ajustar-se a uma série de medidas para que seu valor seja elevado. Logicamente,
no momento da venda, o resultado de um novo Valuation produzirá números
maiores, em virtude dos efeitos dos Valuations anteriores, salvo se as
projeções refletindo os cenários externos sejam muito ruins.
Podemos admitir que o Valuation feito
regularmente, pode até evitar a compra e venda, pela modificação do perfil
econômico financeiro do negócio, desde que ele especifique o que os gestores
devem fazer para isso. Assim sendo, não estamos tratando apenas de um laudo.
Estamos tratando de uma ferramenta poderosa de eficiência. E como toda
ferramenta, só produzirá os efeitos desejados em função de dois fatores: O seu
uso e quem a usa.
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