DO PREÇO AO MERCADO




Houve um tempo em que você fazia as contas de quanto gastava nos produtos, de quanto gastava para manter a empresa, de quanto era o lucro que queria e formava o seu preço de venda. Colocava o produto ou o serviço no mercado e pronto. O dinheiro começava a entrar no caixa. Hoje, este cenário está mais para um conto de fadas do que para a realidade. A não ser que você opere em um monopólio privado ou estatal, essa equação está deixando fora uma parcela importante a ser considerada. O mercado.

Em condições normais, é o mercado que define o seu preço de venda. E de uma maneira geral ele é formado pelos consumidores que compram seus produtos e pelas empresas que fornecem soluções iguais ou semelhantes. Na verdade, você e os concorrentes disputam uma parcela da renda do cliente, que é o quanto ele pode gastar em condições normais. O crédito expande este potencial de consumo mas este aumento tem seus limites. Quanto mais houver informações circulando, mais o mercado se torna eficiente, porque os consumidores vão elevando sua capacidade de análise e decisão. De uma maneira ou de outra, o mercado sempre puxa os preços para baixo. Isso ocorre porque os clientes buscam maximizar a sua capacidade de compra e a concorrência deseja vender mais do que você. Para o nosso benefício e se não houver interferência, a tendência é que cada vez mais o mercado determine o quanto paga.

Isso obriga o empresário a adotar uma outra estratégia de precificação, utilizando o mercado como referência constante. Fazer diferente, é correr o risco de não vender. É logico que estratégias de posicionamento e marca, influenciam no preço, criando vários segmentos e nichos de mercados e seus produtos. Porém, mesmo assim o mercado continua definindo e ponderando as regras do jogo, quando este é o assunto.

Em vez de fazer a conta de dentro para fora, ou seja, da empresa para o mercado, ele tem de fazer de fora para dentro, do mercado para a empresa. A ideia é saber quanto mercado paga pelo produto e qual a quantidade de compras que ele pode fazer. Isso define o tamanho do negócio e a sua margem de lucro. Então, o negócio é do tamanho que o mercado comporta e não do tamanho do sonho do empreendedor. Normalmente, do preço de venda, você tira os impostos que é a parte do governo. O seu sócio que pouco faz para ajudar. Depois tira os custos variáveis diretos que são os gastos necessários para produzir, alocados diretamente no produto. Eles sobem com a produção. Despois, deste passo você encontra a margem de contribuição que é quanto a venda de cada produto contribui para amortizar os custos fixos e formar o lucro. Eles existem independentemente do volume de vendas e produção, e quanto maiores, maior será o risco operacional da empresa. Por este raciocínio, você pode perceber que deve adequá-los às possibilidades da margem de contribuição total, do contrário terá prejuízo. 

O lucro de um negócio é formado pela margem que ele possui, multiplicado pelo giro, ou seja, por quantas vezes aquela margem foi praticada. Todo negócio, tende a fazer ganhos de escala, que consistem em preços menores e maior volume de vendas. Os preços tendem a ser iguais e cada vez mais baixos, todavia as empresas são completamente diferentes. Se elas não ajustarem sua estrutura, ao nível de receitas que possuem, estarão fadadas ao fracasso. 

 
Artigo de minha autoria publicado originalmente no portal ADMINISTRADORES
http://www.administradores.com.br/artigos/economia-e-financas/do-preco-ao-mercado/73593/

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