FIQUEM DO LADO CERTO DOS JUROS
As últimas altas na taxa Selic, é
uma boa oportunidade para aprendermos um pouco mais sobre esse assunto tão
presente no nosso cotidiano e tão pouco compreendido por alguns. Juro é o nome
que se dá para a remuneração do dinheiro. Em outras palavras, ele representa o
preço do dinheiro. O juro é informado através de uma taxa que relaciona este
valor ao longo do tempo, pois o dinheiro e muitas outras coisas na nossa vida sofrem
o impacto do passar dos dias, meses e anos. R$ 100,00 hoje não tem o mesmo
valor do que R$ 100,00 daqui a 1 ano. A Selic é a taxa básica de juros no
Brasil e é definida pelo Comitê de Política Monetária do Banco Central. Ela
traduz a média ponderada das operações interbancárias de um dia, lastreadas em
títulos públicos federais. Os juros também traduzem o risco de uma operação
financeira e são utilizados pelo governo como instrumento de política monetária
na tentativa de conter a inflação, pois quando eles sobem desestimulam o
crédito e por conseguinte o consumo. Quando a Selic sobe, é normal esperar que
as outras taxas de juros subam também e vice versa.
A subida dos juros pode impactar
nas finanças familiares de várias maneiras. O atraso no pagamento das contas,
fica mais caro, por exemplo. Não pagar a fatura do cartão de crédito no
vencimento ou rolar esta dívida, vai pesar mais no bolso. Existem cartões que
chegam a praticar taxas de 13%am. Dar aquela derrapada e entrar no cheque
especial, também fica custando um pouco mais. A taxa média está chegando nos 7,95%am. Deixar de pagar as contas de água, luz,
telefone ou crediários da mesma forma. Os encargos ficaram mais pesados. Deixar
de pagar empréstimos em bancos e financeiras então nem pensar. Se não tiver
jeito, o melhor é fazer um empréstimo pessoal para pagar a dívida e encaixar a
parcela no orçamento, pois a média está dando 5,24%am. Sai mais barato.
Já para quem tem dinheiro aplicado,
o rendimento pode ficar melhor. Se o governo não mudar a regra novamente, com
uma Selic de 8,5%aa a poupança passa a render 0,5%am mais TR e volta para as
alternativas do pequeno investidor, apesar de ter gente que ainda guarda
milhões nela. Os fundos de renda fixa também vão melhorar a rentabilidade. Mas
anote o que especialistas dizem: Somente serão mais vantajosos que a poupança
se a taxa de administração for menor que 1,5%. Os fundos DI também pagarão mais
pelo seu dinheiro sempre que os juros subirem. Porém, nunca esqueça que o ganho
líquido deve ser calculado considerando a inflação e o imposto de renda. As
últimas medidas inflacionárias mensais deram muito baixas e muitos economistas
afirmam que daqui para frente ela vai desacelerar. Devemos conferir essa
tendência que se confirmada, vai ajudar no ganho real das aplicações.
Se a sua família paga juros, está
do lado errado da equação. Eles são mais caros para quem usa dinheiro de
terceiros e o que você gasta com isso, poderia estar gastando com o bem estar
dela. Poderia estar guardando para uma viagem. Poderia estar gastando com um
jantar especial com sua esposa. Poderia está pagando um curso para seus filhos.
Quem paga juros, na verdade está pagando o preço do desacerto nas contas
pessoais e precisa tomar uma atitude para mudar de lado. O lado certo da
equação é o lado de quem recebe juros, pois assim eles funcionam a seu favor e
não contra você. E para isso, é preciso fazer sobrar dinheiro no final do mês
para poder aplicá-lo. Para sobrar ou você aumenta sua renda ou enquadra seus
gastos na renda que tem, ou as duas coisas. É preciso livrar-se das dívidas
também. Então, faça o melhor pela sua família e coloque ela do lado certo. Reúna
todos em torno da mesa, e acerte com eles uma mudança de comportamento em
relação ao dinheiro. Em vez de gastar descontroladamente, invistam e desfrutem
do investimento. Fiquem do lado certo dos juros.
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