O FLUXO DE CAIXA OPERACIONAL


A capacidade de uma empresa gerar fluxos de caixa positivos é uma condição das mais desejadas. Ao longo do tempo, isso praticamente define o valor que ela tem. Comumente para quem analisa e está de fora do cotidiano do negócio, esta capacidade de produzir caixa tem sido associada com o nível do EBITDA mas como sabemos, por ele ser um indicador apurado sob o regime de competência, não se enquadra exatamente para este fim. Tudo bem que no longo prazo caixa e lucro são iguais, numa espécie de encontro no horizonte da abordagem econômica e da abordagem financeira. Mas no curto e curtíssimo prazos os números podem ficar diferentes, a depender dos períodos de pagamento e recebimento, além da taxa de inadimplência.

Para saber se uma empresa esta gerando caixa dentro de um exercício, uma maneira simples é classificar os recebimentos e desembolsos em operacionais e não operacionais. Os primeiros relacionados com as vendas, com o CMV e com as despesas para manter as operações tipicas da empresa, sem as quais ela não funcionaria. Os segundos relacionados com lançamentos que não necessários para a operação do negócio, tais como investimentos, expansão, retiradas de sócios, aplicações e desaplicações financeiras entre outros, mas que são importantes para o seu desenvolvimento. Este grupo depende da decisão de quem administra o negócio em termos estratégicos. Logicamente que essa abordagem serve somente para quem está de dentro da empresa. 

O resultado dessa classificação é a possibilidade de apurar a margem financeira operacional. Deixando os tributos no grupo não operacional, seria uma especie de "EBITDA financeiro" como batizou o colega Marcelo Alencar. Durante o ano, essa margem informa o fluxo de caixa gerado pelas operações da empresa, dado pela subtração dos recebimentos operacionais contra os desembolsos operacionais. Esse saldo financeiro servirá ainda para financiar as ações estratégicas do negócio, remunerar o investimento, e compor o lucro. 

O fluxo de caixa operacional de um negócio é o seu cerne financeiro. Mais do que somente controlar os saldos, as contas a pagar e receber, é recomendável que ele seja monitorado porque pode nos fornecer fundamentos importantes para a gestão e para a tomada de decisões, ajudando a recuperar ou desenvolver a empresa. 

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