SURDEZ SUPERIOR


Uma das piores deficiências dos gestores é a incapacidade de ouvir. Esse tipo de chefe não tem paciência para escutar realmente. Escutar de verdade. Considerando os pontos de vistas dos outros e construindo soluções com eles. Analisando o que escuta. Acrescentando conteúdos. Para este perfil, essa conduta é uma perda de tempo, pois eles não possuem essa possibilidade.

Isso os impede de receber informações importantes sobre o mundo a sua volta, sobre o cotidiano da empresa, e com isso, compreender a realidade que os cerca, os seus problemas, as soluções mais adequadas e eficazes. Os impede de compreender a empresa onde trabalham fazendo com que vivam com uma noção da mesma muito diferente do que realmente ela é. Quem não ouve, acaba criando um mundo paralelo que só atende às suas conveniências. Ouvir é um ato de coragem antes de tudo.

Na verdade existem motivos para que essa surdez superior aconteça. Ela se fundamenta em prepotência e arrogância, mesmo que não aparentes. Mesmo que disfarçadas numa frágil simpatia. Na falsa certeza de que ele já sabe de tudo, que está sempre certo, que não precisa aprender mais nada. Quem não ouve, se acha melhor do que os outros e nega que ninguém sabe tudo, que todos possuem talentos distintos e que nossas habilidades se completam quando atuamos em grupo. Quem não ouve, danifica vínculos primordiais das equipes. Impede que elas prosperem.
Não fosse trágico, seria até engraçado constatar esses comportamentos tão comuns nas empresas. Essas pessoas parecem ou querem parecer que entendem de tudo. São especialistas em medicina, engenharia, administração, política, física quântica, psicologia, religião, finanças, marketing e RH, história, conhecimentos gerais, atualidades, biologia... Sempre sabem de tudo ! Imaginam que devem sempre dar a última palavra e que com isso, asseguram a sua posição. Erro crasso. Esta posição se baseia nos resultados e não ouvir compromete a chance de maximizá-los. Ninguém é bom em tudo.

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