A TELA DA TV

Uma das piores práticas que uma empresa pode adotar é a gestão circunstancialista. Ela funciona mais ou menos assim. Num dia, o problema é o turn over, no outro é o atendimento, no outro é o caixa, no outro é a manutenção, e por aí vai. De vez em quando eles se repetem mas somente quando as circunstancias assim o determinam. Cada dia ou cada hora é um problema que é enfocado, sem que haja concentração nas suas causas ou se atue nos fundamentos. No cotidiano, as pessoas correm para lá e para cá, as vezes até trombando umas nas outras, somente para resolver o que está aparente. Está faltando papel ? Compra. Porém ninguém se detém em responder porque faltou e o que fazer para nunca mais faltar. Mais que isso, não são tomadas providências estruturadas e viáveis para tal. É muito comum inclusive, que o assunto em foco, seja levantado com um certo drama, uma certa gravidade, procurando culpados em vez de soluções. É parecido com aquele tipo de imprensa que cada dia mostra uma denuncia diferente com o alarde necessário, mas não informa o desdobramento nem tão pouco ocupa-se em analisar as causas daquela situação. As empresas que funcionam assim, normalmente não tem rumo estratégico e vivem num circulo vicioso atoladas nas suas dificuldades. Essa forma de funcionar advém na verdade da sua limitação técnica e conceitual sobre o que é gerir uma organização.

Melhor seria se adotassem uma gestão fundamentalista. Ela se caracteriza em atuar principalmente nos fundamentos do gerenciamento e não somente nas aparências. Nela, não são as circunstâncias que determinam a empresa, mas a grosso modo é a empresa que determina as circunstâncias. Essa forma de gerir não é possível sem um plano estratégico e sem gestores preparados. É coisa de profissional e não cabe para amadores de plantão. Com ela, torna-se indispensável uma boa política de recursos humanos, onde a capacitação, a motivação e o reconhecimento tenham papel predominante, bem como uma boa definição de processos internos inclusive com indicadores, só para citar alguns exemplos. Esse tipo de empresa, comporta-se de maneira mais madura diante dos problemas pois dispõe de ferramentas efetivas para lidar com eles, e em vez de assemelhar-se a uma tela de televisão mostrando uma série de notícias ruins, parece com um bom livro que tranquilamente esclarece, instrui e guia por um caminho com começo, meio e fim.

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