NOS TRILHOS DA REALIDADE

Não é raro ouvir aqueles que possuem uma veia comercial falarem entusiasmados no faturamento que pode ser alcançado, no crescimento das vendas, nos milhares de clientes que precisam dos produtos e serviços da empresa e até no lucro que tudo isso vai dar. Toda empresa precisa disso. De pessoas que enxerguem adiante, que desejem o crescimento, que sirvam de locomotiva puxando os vagões pelo trilho do sucesso. 

Mas também precisa de outras coisas e outras abordagens. Precisa de pessoas que tenham os pés no chão. De pessoas que saibam o quanto isso vai custar e qual o verdadeiro resultado financeiro dessa empreitada. De quanto vai ser preciso para financiar a viagem. Daqueles que sejam os freios que podem impedir uma descida de ladeira desastrosa, uma curva perigosa em alta velocidade, pois o trem pode descarrilhar. 

O embate entre o comercial e o financeiro é mitológico na vida corporativa. Aqueles com perfil comercial costumam ser mais agradáveis, falando coisas que todos gostam de ouvir. Afinal quem não gosta de crescimento e de um futuro promissor ? O importante é não encantar-se com a miragem que aparece no horizonte. Pois ela pode desfazer-se quando se chega lá e muitas vezes não temos água suficiente para voltar. 

Já aqueles com perfil financeiro costumam ser os chatos, os estraga-prazeres. Aqueles que são vistos como pessimistas, que travam as coisas, que cortam gastos e que só sabem dizer uma só palavra: Não ! Muitas vezes são até excluídos das reuniões e conversas mais animadas, afinal para que incluir aquele entrave que somente enxerga as dificuldades ?

Independente dos esteriótipos, as empresas precisam dessas duas alavancas que apontam para o otimismo e para o realismo, para o caminho à frente e para as possibilidades de percorrê-lo. Precisa do comercial e do financeiro, e precisa que estas duas forças estejam em equilíbrio. Até bem porque, ninguém cresce se não tem sonhos e jamais podemos esquecer que a diferença entre um sonho e um projeto, são exatamente os números.

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