FIEL DA BALANÇA

O desequilíbrio entre gastos e recebimentos já causou muitos danos pelo mundo. Especificamente no Brasil, ele foi o responsável pela maior ameaça à economia nacional: a inflação. Para pagar os seus projetos e cobrir o déficit orçamentário simplesmente os governos emitiam mais dinheiro, fazendo com que a moeda perdesse o seu valor.

Esta incontinência fiscal veio desde os primórdios da república e nos acompanha até hoje. Mas já foi bem pior. Conquistamos uma moeda estável as custas de muito sofrimento, muitos planos e ministros da fazenda, e até um confisco absurdo que usurpou 80% do dinheiro das contas correntes e aplicações, chegando a 30% do PIB da nação. Falências e suicídios foram os seus resultados porque esta violência não resolveu o problema.

Como as empresas não podem emitir dinheiro, quando precisam cobrir o orçamento procuram capital de terceiros nos bancos mas esta é uma medida paliativa porque enquanto houver desequilíbrio orçamentário a doença está instalada. Assim como um país, uma empresa que gasta continuamente mais do que recebe é uma empresa doente. Os recebimentos são a base financeira que a sustenta. Se ela opera com custos e despesas acima disso precisa fazer ajustes na operação. Quanto mais rápido fizer isso mais rápido resolve o problema que na verdade esta na conduta de quem decide e não no dinheiro em si.

O Brasil tem travado uma imensa luta histórica contra o desajuste fiscal em todas as esferas governamentais. As empresas e as pessoas devem fazer o mesmo. A inconsequência no gastar parece fazer parte da nossa cultura que não se acostumou a contabilizar exatamente as origens e aplicações dos recursos financeiros que possui. Não poderia ser diferente nas empresas. Em algumas delas, ocorre a mesma coisa. E isso favorece ao desvio de finalidade, ao desperdício e a indisciplina com o dinheiro que parece ser uma das maiores causas do desequilíbrio. O trato com os recursos financeiros também é  um sinal de evolução e maturidade. Tanto na esfera pública como privada. Pois dinheiro é a mesma coisa em qualquer lugar.

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