SÓCIO x EMPRESA: O ETERNO EMBATE NO CAIXA




Sem o sócio fundador, a empresa não existiria. Ela materializa o seu sonho e o seu projeto de vida. Durante alguns anos, o sócio e empresa parecem até uma só entidade. Pessoa física e jurídica de tão próximas se confundem. A vida financeira possui fatos comuns, o estilo pessoal se transfere para a instituição. Não é errado pensar que a empresa traduz os seus sócios. 

O sócio está na Empresa para fazê-la dar certo e colher os frutos disso. Satisfação pessoal, senso de dever cumprido ao atender uma necessidade do mercado (leia-se pessoas), e recompensa financeira. Uma empresa bem sucedida gera rendas maiores que salários e rentabilidade maior do que aplicações que você faz em um banco. Se o sócio trabalhar, é justo que receba um salário desde que seja em um patamar razoável. Um boa maneira de definir isso é respondendo a seguinte pergunta: Quanto a empresa pagaria a um colaborador contratado para fazer o mesmo serviço que o sócio faz ? Note bem que não é o valor que o mercado paga somente mas também o que a empresa pode pagar. Ele também recebe os lucros proporcionais às suas cotas se a empresa os tiver. 

No caixa todavia, existe um embate entre sócio e empresa. Ambos disputam o recurso financeiro. Se o sócio não retirar nunca os lucros  empresa os reinvestirá e muito provavelmente crescerá mais saudável e rapidamente. Se o sócio retirar tudo, a empresa fica sem capital de giro, endivida e pode se inviabilizar. Estes dois extremos, apesar de caricatos existem na realidade, e são muito comuns. A grande questão neste contexto é encontrar a "retirada de equilíbrio", ou seja, a retirada que remunere o sócio satisfatoriamente e que não prejudique a empresa. 

Para chegar neste patamar ideal, além de alguns cálculos, é necessário que adotemos algumas diretrizes fundamentais:
  1. Não é sócio quem define quanto ele quer retirar. É a empresa que define o quanto pode pagar sem prejudicar as suas operações. O sócio é quem serve adequar o seu orçamento as possibilidades da empresa, e não a empresa adequar o seu orçamento as necessidades do sócio.
  1. Antes de definir a retirada do sócio, é preciso definir quanto a empresa precisa ter de capital de giro para manter as suas operações funcionando adequadamente. Esse montante não pode ser violado pois certamente obrigará a empresa a endividar a taxas muito altas que vão prejudicar a sua rentabilidade. 
  1. Depois do capital de giro, depois é necessário definir quanto a empresa precisará para investir em melhorias e expansão. Quem não melhora e não cresce, tende a ser ultrapassado. O mercado é prático. 
Com estes três passos dados, é possível então estudar e determinar que tipo de capital poderá ser utilizado para manter a operação, remunerar o sócio e investir. Mas isso é assunto para outra conversa. Até lá !

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