A ROTINA QUE AFUNDA VOCÊ




Nós já sabemos que somos o tempo que gastamos e não o que falamos, pensamos ou queremos. Já tratei outras vezes aqui no blog, que a forma como usamos o tempo que temos em um dia, uma semana, um mês, um ano ou uma vida, define o que realmente somos e onde vamos chegar. Não é uma questão de teoria. É a mais pura prática. Imagine uma pessoa que diz que vai correr uma maratona daqui a 6 meses. Quanto tempo ela está consumindo com treinos ? Quanto tempo está dedicando a leituras que a ajudem no cumprimento do percurso ? Isso vai acabar definindo o desempenho dela no dia da prova. E também definirá se ela é uma pessoa focada em seus objetivos ou vive alimentando expectativas que não vão se realizar. Também define o quanto ela se leva a sério. Para alcançar a sua meta, na verdade ela vai ter de modificar os seus hábitos e a sua rotina. Vai ter de sair da sua zona de conforto. Vai ter de mudar. E neste ponto é que está o problema. Tal como alguém que quer emagrecer mas não quer parar de comer demais. Por incrível que pareça, isto é o que ocorre em muitas empresas. 

Diagnosticar os problemas que ocorrem em uma organização, é relativamente fácil. Se você tiver algum conhecimento pode ter uma ideia deles. Não precisa ser um consultor para perceber desorganização, falta de planejamento, desatenção com o cliente, descontrole nos números ou falta de compromisso da equipe, por exemplo. As pessoas da empresa percebem isso. A questão é o que fazer e como fazer para resolver. Neste ponto, muito provavelmente será preciso lidar com especialistas. O que quer que seja recomendado, para dar resultado a empresa vai ter de não só acatar como principalmente fazer. E para fazer vai ter de mudar a sua rotina. Mudar a forma como as coisas são feitas. A questão é que muitas empresas querem o resultado e até precisam dele, mas não mudam a forma como funcionam. Einstein dizia que é uma insanidade querer resultados diferentes fazendo as mesmas coisas. 

A rotina de uma empresa abriga muitos comodismos e muitas conveniências. Não é raro que ela seja estabelecida para isso e não pelos motivos certos. E as pessoas simplesmente não querem larga-la, porque nela sentem-se mais seguras e acham que se saem melhor. A rotina faz parte da cultura organizacional que a empresa possui. E mudar esse contexto nem sempre é rápido e fácil. Muitas vezes, a empresa afunda em problemas e dívidas e seus dirigentes continuam repetindo as mesmas práticas. Muitas vezes, eles até recebem outras alternativas, mas não compreendem ou simplesmente ignoram. Continuam no mesmo modo que os levaram para a crise. No final das contas, a empresa quer e precisa da solução, mas não quer deixar de fazer o que alimenta o problema. 

Não há como mudar o desempenho de um negócio, se os seus atores não quiserem realmente mudar as próprias atitudes. Se a agenda corporativa continua a mesma. Se o tempo continua sendo consumido da mesma maneira. Não há como ter planejamento em uma empresa, se não existe tempo para que as pessoas tratem deste assunto. Nem planejamento, nem coisa alguma. Não há como um empresa obter resultados diferentes, se não incorpora rotinas diferentes. Se não adota efetivamente condutas que levem ao resultado desejado. Vai continuar em looping, repetindo a mesma dificuldade até o dia que descobrir da pior maneira que poderia ter feito de outra forma. E então pode ser tarde. 

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