O TERCEIRO PILAR DO DESENVOLVIMENTO

Com este 3o texto, completo a série sobre o que julgo serem os pilares do desenvolvimento de uma sociedade. Nos anteriores, tratei sobre a Economia de Mercado e sobre o Estado Enxuto e Eficiente. Neste, estaremos abordando a Educação Empreendedora. 

A Educação no Brasil é um grande problema a ser resolvido. Temos cerca de 14 milhões de analfabetos, o que é mais do que a população de Portugal, da Suécia ou de Israel. Temos uns 35 milhões de analfabetos funcionais, o que significa aproximadamente 17% da população do país. Das 190.000 escolas de ensino básico brasileiras, praticamente 80% são públicas. Ou seja, o Estado não tem cumprido o seu papel, sem falar na falta de estrutura que estas escolas possuem, sem bibliotecas, laboratórios ou mesmo salas de aula adequadas, sem tratamento de esgoto ou até energia elétrica. Mais de 60% dos alunos do 5o ano não consegue interpretar um texto ou mesmo fazer uma conta de porcentagem. Somente 47% ultrapassam o 9o ano, 14% chegam no ensino médio e 7% alcançam o nível superior, onde 73% das instituições são privadas. O Brasil gasta cerca de 36 bilhões em Educação, o que é mais do que gasta a Holanda, a Noruega ou a Irlanda, mas seus resultados são inferiores. Nos últimos 10 anos, o IDEB das escolas públicas foi praticamente a metade das escolas privadas. E para completar, os salários dos professores brasileiros estão entre os piores do mundo, ficando a média acima somente de países como a Indonésia, e abaixo do México e da Argentina.

Além de toda a má qualidade ainda temos que conviver com uma profunda infestação ideológica no sistema de ensino brasileiro, que distorce a verdadeira finalidade da Educação fazendo uma verdadeira doutrinação marxista, que trabalha continuamente pela desconstrução dos valores familiares e do respeito. Por isso não é incomum constatar alunos na adolescência estarem praticando atividades dentro da escola e da sala de aula que em nada vão contribuir para o seu sucesso profissional, a não ser que esta profissão seja de dançarina em shows eróticos. Não será ensinando vulgaridade e futilidade que teremos uma juventude da qual nos orgulhemos. Também não é incomum saber notícias de professores agredidos em sala de aula por alunos que se mantiverem este comportamento, terão muita probabilidade de protagonizar delitos maiores com o passar dos anos.

Manter a infra estrutura escolar em boas condições de uso, aumentar a remuneração dos professores para que a carreira volte a ser valorizada e rever os conteúdos programáticos são condições indispensáveis para que elevemos a qualidade do nosso ensino. Porém, nestas iniciativas não poderão faltar um recuo do Estado sempre ineficiente na educação básica e um avanço da iniciativa privada, o que para tal será necessário criar condições favoráveis. Também será fundamental introduzir na tarefa educacional o elemento do empreendedorismo como alavanca para possibilitar que as pessoas vençam a pobreza, em vez de ficarem mendigando ao poder público direitos cuja a base financeira do orçamento não possibilita a realização. Deflagrar uma educação empreendedora, é antes de tudo ensinar finanças pessoais para os jovens lidarem bem com o dinheiro e compreenderem como devem fazer para mantê-lo. É também esclarecer acerca dos impostos que são pagos e como são aplicados. E também  é motivar desde cedo experiências empreendedoras voltadas para atender as necessidades das pessoas, estimulando o gosto pelo trabalho e pela iniciativa, ao contrário do negativismo retrógrado que a abordagem esquerdista costuma semear. 

Produzir gerações empreendedoras, trará para o Brasil benefícios enormes. Sairemos daquelas multidões que somente sabem exigir e esperar dos outros, como crianças mimadas, para cidadãos conscientes do seu papel numa sociedade próspera. Estaremos oportunizando a independência destas pessoas, livrando do jugo da servidão estatal repleta de favorecimentos e distorções. Um processo como este certamente levará muitos anos, motivo pelo qual devemos começar o quanto antes se quisermos colher seus frutos. Devemos começar agora.