COMO O CONSUMIDOR BRASILEIRO ESTÁ SE COMPORTANDO NA CRISE ?



Com sede em Nova York, a Nielsen é uma das melhores consultorias do mundo em pesquisa de mercado. Está presente em mais de 100 países com cerca de 35 mil funcionários. Por isso, vou partilhar com vocês parte do conteúdo de um estudo de 2016 sobre o Brasil. 

Em uma circunstância de crise econômica, o consumidor brasileiro faz escolhas para manter o bem estar obtido. Por isso, 61% economizam com entretenimento fora do lar. Ele diversifica alternativas e busca por custo x benefício. A frequência no ponto de venda cai. As embalagens econômicas ganham grande impulso e ele troca suas preferencias por opções mais baratas.

Diante deste cenário alguns fatores fundamentais precisam ser considerados, tais como preço, o qual o consumidor compara mais antes da compra. Descontos temporários impulsionam bebidas e alimentos, e combos impulsionam higiene e limpeza. As promoções certas são grandes aliadas. Outro fator é a lealdade, já que mais de 40% das marcas líderes nacionais sofreram retração, e 6 das 10 top marcas perderam clientes que estão dispostos a trocar de marca. Para combater a perda de lealdade, a mídia e o atendimento são ferramentas poderosas. 

Por outro lado, também é necessário considerar o comportamento de uma geração chamada de “Millenials” que representa 25% da população brasileira, ou seja, mais gente do que em toda Espanha. Para eles, a categoria de supérfluos cresceu 12% e 37% declaram que não pretendem economizar. Normalmente são pessoas engajadas, compram por impulso e vivem o momento. O e-commerce também é outro ponto que não pode ser esquecido, pois 60% das pessoas que acessam a internet no Brasil, fazem pelo menos uma compra. Estima-se que em 4 anos, este canal de venda expandirá 43% e terá o tamanho do canal tradicional. Vale salientar que 57% são influenciados por comentários online.


As percepções do Sindicato do Comercio Varejista de Gêneros Alimentícios de São Paulo parecem convergir com as da Nielsen. Eles identificaram que a crise tem levado o consumidor brasileiro a ficar cada vez mais infiel às marcas. De cada 100 clientes, somente 36 estavam se mantendo fiel às marcas preferidas.   “Com o orçamento mais apertado, o brasileiro não pode mais se dar ao luxo de escolher as marcas", diz Álvaro Furtado, presidente do Sincovaga. "Ele tem de comprar o que o dinheiro permite. O impacto desse movimento na autoestima do consumidor é muito forte”. Eles identificaram também que a proximidade do ponto de venda da residência do cliente e o preço foram fatores relevantes na venda.  “O consumidor passou a dar mais valor para conveniência, praticidade, comodidade na hora de escolher o local para comprar. Mas preço sempre foi e sempre será um fator importante na hora da decisão do cliente. Com a crise, ele se torna ainda mais importante”, diz Enéas Pestana, que foi presidente do Grupo Pão de Açúcar e hoje é sócio da Enéas Pestana & Associados, consultoria especializada em gestão de negócios. 

O setor de alimentos representa um bom vetor para estimarmos o comportamento do consumidor em outros segmentos, tais como fármacos, ótica e vestuário, por exemplo. Então, melhor mesmo é ficar atento e tomar as providências necessárias e adequadas. Lembre-se,  não é você quem manda no seu negócio. Quem manda é o mercado. 

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