O VILÃO POR TRÁS DOS JUROS

Não, os juros não são os vilões da nossa vida. Eles são um preço de mercado como qualquer outro. Mas assim como a gasolina e a energia elétrica, eles são utilizados pelo governo federal segundo os próprios interesses. Recentemente, a taxa básica de juros foi elevada para 13,25% ao ano, que é a maior desde o ano de 2008. Isso porque este governo estrapolou os gastos públicos e seus limites orçamentários, gerando inflação. Vale ressaltar que a inflação desvaloriza o dinheiro que é a mesma coisa que desvalorizar o nosso trabalho. Afinal, é o nosso trabalho que produz o dinheiro. Quanto mais inflação, menos valem as pessoas, as coisas e a moeda. 

Para contê-la, o governo eleva a taxa de juros e com isso somos obrigados a tomar várias atitudes, pois sofremos as consequências. Quando esta taxa sobe, o custo do capital também sobe. Isso significa dizer que o custo para funcionar, crescer e pagar as contas quando nós não temos dinheiro e para isso precisamos pedir emprestado, fica mais caro. Para compensar, as empresas precisam elevar o retorno sobre seus investimentos, elevando a margem de lucro e reduzindo os aditivos para isso. Do contrário estarão perdendo valor. Para elevar o lucro, precisam subir o volume de vendas e muitas vezes elevar o preço, também precisam reduzir os gastos. Para reduzir os ativos, precisam se desfazer de itens do imobilizado cuja utilização encontra-se abaixo do satisfatório e itens do circulante que não geram retorno adequado, como elevados patamares de contas a receber e estoques. Os juros altos punem os projetos de expansão, a desorganização e quem não está preparado para lidar com eles. Também punem o trabalhador porque pode perder o seu emprego e pode pagar mais caro para comprar os itens de que precisa. Elevar os juros na verdade não resolve o problema estrutural da economia brasileira, apenas diminui a sua atividade e por isso gera uma aparente redução da inflação. É como se um médico desse ao paciente um remédio para reduzir o metabolismo do seu corpo, com o objetivo de atenuar um problema, sem contudo resolve-lo.

Então quando for reclamar, não saia por aí quebrando agências bancárias e reclamando do sistema financeiro. Reclame da causa de tudo isso, reclame daquilo que produz todo este cenário adverso. Não é a taxa de juros, tão  pouco o spread bancário que deteriora a sua vida. Os bancos não podem emprestar dinheiro mais barato do que captam, do contrário os investimentos sairiam da economia produtiva e migrariam para o sistema financeiro destruindo de vez a economia. Isso porque, você poderia pegar dinheiro emprestado a 1,3% ao mês e aplicar em outro banco a 2.1%, desestimulando o empreendedorismo e o enfrentamento do risco empresarial. Reclame de um governo envolvido com corrupção, mantido por um partido com uma ideologia atrasada e totalitária, que gerencia o dinheiro que arrecada de maneira ineficaz e irresponsável. Reclame de um governo que em vez de ajudar a sua vida a prosperar, dificulta enormemente que você avance, não promove segurança, nem infraestrutura, faz com que você tenha que gastar com educação e saúde quando isso deveria ser oferecido por ele. Reclame e entenda que a sociedade humana está muito à frente dos seus governos, e isso está ocorrendo em todo planeta. Ela busca a liberdade, o bem-estar e a felicidade o tempo inteiro enquanto que os governos vivem de se locupletar dela, propagando a falácia de que eles são indispensáveis e que enquanto necessários tem o direito de pegar o nosso dinheiro. A relação entre sociedade e governo é a maior exploração que vivemos atualmente em todo o mundo, e essa é uma questão que teremos de resolver.

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