COMO VOCÊ DECIDE ?

A tomada de decisão é um momento muito importante para a gestão, se não o mais importante que existe. Há quem diga que a função fundamental do gestor é decidir e há quem defenda que a pior decisão é aquela que não é tomada. Decidir é sobretudo fazer escolhas, optar entre alternativas disponíveis, por isso é um evento capaz de determinar não só o presente como o futuro da organização. Como diria o físico e ambientalista Fritjof Capra, é o ponto de mutação da gestão. Decidir não é para qualquer um, nem todos estão prontos, nem todos procedem de maneira adequada para isso, nem todos sabem o que significa. 

Por exemplo, recentemente deparei-me com uma decisão tomada por um alto gestor de uma grande instituição, com base em impressão pessoal, e com isso afetando o destino de outra grande instituição, centenas de empregos e milhões de reais. É de se esperar que gestores em cargos elevados, tomem decisões baseadas em fundamentos concretos e não em 
estórias repercutidas no imaginário das pessoas. Porém, isso acontece regularmente em muitas empresas e governos. Eu diria que a forma que um gestor decide, pode indicar a qualidade que ele possui. Reiteradas decisões medíocres são tomadas por gestores medíocres, reiteradas decisões curtas, são tomadas por gestores limitados, e reitaradas decisões ruins, são tomadas por gestores ruins. Você não precisa conhecer obrigatoriamente o gestor, mas pode conhecê-lo através das decisões reiteradas que ele toma.

Muitos outros gestores decidem somente com base na intuição. E esta forma de proceder parece esconder uma incapacidade de lidar com fatos objetivos e dados concretos da realidade. É como se o gestor não conseguisse lidar com modelos complexos e dados concretos da realidade, não conseguisse elaborar alternativas fundamentadas, nem tivesse serenidade emocional para estudar melhor a opção, e utilizasse a intuição como desculpa para isso. O gestor que somente procede desta maneira pode ser na verdade um preguiçoso, alguém egocêntrico que encobre a sua falha com a cortina de fumaça intuitiva. Justificar a falta de tempo para decidir, também não é aceitável para tomar decisões sem fundamento. A pressa é constantemente eleita como responsável por decisões mal estruturadas, quando na verdade esta culpa é de quem toma a decisão e não da circunstância. Além do mais, situar-se diante das exigências temporais é tarefa intrínseca de um bom gestor, sem o qual ele estará sempre sem tempo suficiente para exercer de maneira adequada as suas tarefas. Responsabilizar os outros e utilizar estratégias evasivas não é producente. 

Gestão e decisão são indissociáveis. A tomada de decisão é um momento exclusivo e solitário do gestor, do qual ele herdará as consequências, assim como todos que dele dependem. São segundos primordiais que afetam dias, semanas, meses e anos. Então você deve dar mais importância, mais tempo e mais fundamento para isso, se quiser colher bons resultados da sua lavoura gerencial.


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