VAMOS PARA A REALIDADE

Uma coisa é você ler ou assistir matérias sobre a crise. Saber opiniões de economistas e jornalistas especializados. Por melhores que sejam, para alguns ainda vai parecer algo distante ou parecido com ficção. Quando a situação é crítica, outros costumam negar a realidade e preferem manter-se em um mundo descolado dela. Mas quando a crise senta à sua frente,  relata que as vendas da empresa caíram a 25% do que eram há 3 meses, que está demitindo pessoas, que não tem como honrar as obrigações, que em 20 anos de negócios nunca atrasou um pagamento, que há 2 dias não dorme e que foi parar no hospital na noite anterior, talvez você perceba a diferença entre ler sobre a crise e vivê-la. 

Muitas empresas estão em dificuldades. Estão endividadas e a retração nas receitas comprometem a sua capacidade de pagamento. Em 2012, fui para a Espanha compreender os fundamentos da crise que assolava as empresas de lá, e vejo alguns pontos em comum. No período de bons indicadores macro econômicos, elas alavancaram seu capital obtendo financiamentos para crescer. Não há nada de errado nisto. Mas quando a economia se retrai, o impacto nas vendas é relevante, e elas perdem as possibilidades de seguir adiante arcando com o prejuízo do endividamento. Para crescer, as empresas precisam de estabilidade e de governos que pratiquem políticas públicas adequadas. No Brasil, isto não tem acontecido. 

As decisões erradas quando tomadas por quem está na cabine de comando, trazem consequências desastrosas. Por isso, se deve ter muito cuidado com elas. Quando pensamos em pessoas para decidir em um empreendimento, queremos os melhores. Mas aceitamos pessoas sem condições funcionais e morais no exercício de cargos públicos. Não tem como dar certo. O resultado é o que estamos vendo. Quando é o grupo da baderna que comanda a sala de aula, todos saem perdendo. E é exatamente o que fazemos hoje. Colocamos para decidir pessoas sem condições para tal. Aqueles que sobem na pirâmide social, o fazem por meios diferentes da competência.  

Vamos tentar ajudar aquele empresário em dificuldade. Unindo advogados, contadores, gestores e consultores, estamos tomando as providências rápidas para preservá-lo, incidindo nos pontos importantes. Este é o meu trabalho. Mas se você continuar abdicando do dever de construir um país sério, com menos corrupção, ineficiência e desconformidade com a lei, e principalmente, que apoie seu desenvolvimento na Sociedade e não no Estado,  isto será muito pouco para conter o que pode vir por aí. 



Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

PROBLEMAS SISTÊMICOS PEDEM SOLUÇÕES ESTRUTURADAS

O QUE É A PATOCRACIA

QUEM CARREGA O PIANO ?