SOBRE EQUILÍBRIO E DESEQUILÍBRIO FINANCEIROS


Você pode imaginar que equilíbrio é estabilidade, paridade, proporcionalidade e harmonia. Ou pensar que é um estado cujas forças se contrabalançam e se anulam de maneira mútua. Você pode saber que a falta de equilíbrio é danosa pois causa assimetria e que os sistemas o procuram continuamente. Mas o que você precisa saber, é que o equilíbrio é necessário nas finanças de um governo, de uma empresa ou de uma pessoa, e que a presença dele ou a falta dele trazem cada qual suas consequências. Nestes casos, o equilíbrio é uma escolha.

Em um governo, o desequilíbrio financeiro, também chamado de fiscal, causa endividamento, inflação e aumento de impostos. Você pode até mudar a lei escrita, mas não vai conseguir alterar estas consequências, que mais cedo ou mais tarde virão. Em uma empresa, a situação não é diferente. O desequilíbrio orçamentário entre receitas e gastos, leva ao prejuízo, ao endividamento e se não for revertido pode levar à inviabilização. E nas finanças pessoais, este mesmo desequilíbrio também causa endividamento, altas despesas com juros e muita dor de cabeça para si e para quem está em volta. Desequilíbrio é um mau negócio. E se você prestar atenção, o endividamento é resultado dele.

As coisas ficam ainda mais interessantes se você perceber a rede financeira que existe na sociedade humana, e que a soma ponderada dos equilíbrios e desequilíbrios de governos, empresas e pessoas, afetam-se mútua e contínuamente. Nisso tudo, o importante é perceber uma coisa fundamental. O equilíbrio causa benefícios para a pessoa ou a organização que o adota, O saldo financeiro gerado por ele normalmente é aplicado em investimentos e isso é o que causa o desenvolvimento. Ou seja, equilíbrio financeiro causa crescimento. Já o desequilíbrio, o resultado é oposto. Quando você endivida, está transferindo recursos para terceiros nos encargos que paga, porque eles lhe financiam. Com isso, sua capacidade de investir e crescer fica comprometida, podendo inclusive ser completamente anulada e revertida. Deste modo, em vez de andar para frente, você anda para trás. Não é errado pensar que o tamanho e perpetuidade do endividamento tem um dos seus fundamentos no desequilíbrio financeiro.

E por falar em causa, o que causa o desequilíbrio e o equilíbrio financeiros em governos, empresas e pessoas? Indo direto ao cerne da questão, tudo tem a ver com continência ou incontinência nos gastos, adequando-os ao volume de recebimentos. Com maturidade em lidar com restrições e superação de adversidades, e também com a capacidade de enxergar a longo prazo. O resto é subterfúgio. Isso porque necessariamente as receitas dependem de outros, mas os gastos só dependem de quem os pratica.

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