OS NÚMEROS DAS PESSOAS

Os números de uma empresa são reflexos das pessoas que a fazem. Eles são o resultado das condutas e decisões, das práticas e atitudes que habitualmente compõem o cotidiano da organização. Números são pessoas, e pessoas são valores, crenças e pensamentos que norteiam o seu raciocínio. Você pode entender muito bem de números, pode conhecer as diversas formas de relação entre eles, pode saber fórmulas, equações e indicadores, pode analisar balanços, conhecer estatística, entender de matemática financeira e operar ferramentas de cálculo, mas para melhorar um negócio, precisará atuar nas pessoas que geram estes números, pois sem elas eles são meros sinais gráficos sem um passado e sem um futuro, sem uma razão de ser. Os números são nossos espelhos. E são bons nisso. Podem nos ajudar a melhorar.

Em um negócio, o aumento da capitação de recursos financeiros no mercado, pode também ser visto como o aumento das vendas e por conseguinte do faturamento, que por sua vez está intimamente ligado à motivação para crescer, para desbravar novos segmentos, para fidelizar clientes com bom atendimento, serviços e produtos, para conhecer o mercado e identificar oportunidades, todas elas condutas das pessoas que fazem a área comercial. Os números demonstram qual o resultado da interação destes comportamentos com o meio externo, se eles estão conseguindo superar as restrições ou estão abaixo da necessidade de reação. A redução de gastos está relacionada com a qualidade e a produtividade no trabalho, que estão relacionadas com as formas com que as pessoas se relacionam com o dinheiro e com patrimônio, com que se organizam para realizar as tarefas, com as condições materiais que possuem para isso, com o clima organizacional, sendo isto um grande componente da ineficiência dos empreendimentos brasileiros, repletos de desperdícios e perdas. Se a lucratividade é produto do volume de vendas e dos gastos menores para isso, então ela é consequência direta destas práticas internas juntamente com as variáveis de mercado.

As crises financeiras empresariais também são fruto das pessoas. Os números apenas refletem isso. A desorganização, as decisões mal tomadas por causa de centralização excessiva, falta de informações consistentes, desorganização, impulsividade ou mesmo, passividade diante das dificuldades e desafios, vêem do berço humano. Estando numa crise, a grande dificuldade é perceber estas causas e melhorar comportamentos para revertê-la. Implica em se perguntar "no que eu colaboro com isso" , encontrar as respostas e realizar as mudanças. Sem modificação nas condutas humanas, dificilmente uma empresa supera uma crise, ficando a mercê somente do mercado para isso. Então, é preciso pro atividade para aprender com a dificuldade e superá-la.

Os números são portanto nossos grandes aliados nesse processo. Eles sinalizam se estamos indo bem ou estamos indo mal. Porém, sobretudo, é preciso a capacidade de entender que na condição de reflexos, eles espelham as pessoas que os produzem, e que para crescer ou vencer obstáculos, estas pessoas precisam ser capazes de se melhorarem.

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