GERENCIAR E GOVERNAR SÃO COISAS DIFERENTES

Lâmpadas piscando? Entenda o que pode estar acontecendo



Lá nos primórdios da Administração, o engenheiro Henry Fayol e sua escola clássica falava que administrar consistia em planejar, organizar, coordenar, comandar e controlar. Mas acontece que do início do século XX para hoje, o mundo mudou bastante e com ele mudaram também as percepções e as práticas sobre isto. Fayol não estava errado. Apenas o mundo de hoje possui um quebra cabeça com muito mais peças que há 104 anos atrás. 

Em uma época repleta de modismos e customizações quanto a nossa sobre a tal pratica de administrar, é util manter pelo menos uma noção básica sobre a natureza desta atividade tão necessária para a sociedade humana. É neste ponto que entra uma distinção fundamental entre o ato de gerir e de governar, ambos inclusos no universo iniciado por Fayol. Por mais que possam ser confundidos, definitivamente não são a mesma coisa. 

Gerir implica necessariamente uma proximidade maior com a operação. E isso proporciona uma visão mais focada em determinados aspectos específicos, como indicadores por exemplo, assim como a harmonização entre processos, pessoas, dinheiro e mercado, fazendo com que decorram em melhorias e crescimento nas organizações. 

Para gerir é necessário sim planejar. E também é imprescindível controlar os resultados o que implica em verificar, examinar, padronizar, agir sobre pontos fora da curva. Este é o ambiente perfeito para o PDCA do estatístico William Deming, reconhecido pela melhoria nos processos produtivos nos EUA durante a Segunda Guerra e sobretudo no Japão a partir de 1950. 

Já governar está mais relacionado com dar um norte, manter um rumo pré definido, ou seja, tem a ver com direcionar, monitorar, avaliar e decidir. Tudo isso requer princípios adequados. Eu diria até exemplos adequados. Um senso de compliance consistente, amplo e permanente. E tb um contínuo senso de estratégia. Este talvez seja o ambiente para o mais recente BSC de Kaplan e Norton, apresentado ao mundo a partir de 1992. 

É claro que os perfis pessoais para estas duas vertentes também são diferentes. Para gerir são necessárias habilidades voltadas para execução, tino tático desenvolvido e capacidade interpessoal. Para governar, é necessário ser mais analítico e ponderado, e ao mesmo tempo estar bem sintonizado com o que se passa em volta. Governar também requer segurança na tomada de decisão vinda de experiências e conhecimentos. 

As soft skills destas duas tarefas indicam as diferenças que as distinguem. Para atividades diferentes, precisamos de habilidades diferentes. E isso se aplica em empresas privadas e até em nações. Nestes contextos, tem gente que faz uma e tem gente que faz a outra. Tem gente que até consegue fazer as duas. E infelizmente tem gente que não faz nenhuma.

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