O PRIMEIRO PILAR DO DESENVOLVIMENTO
O Mercado sempre foi um adversário
para o Estado. Um movimento de subversão do status quo que atende as
necessidades humanas de maneira espontânea e plural através do trabalho,
recompensando aqueles que o fazem com competência. Sem ideologias ou crenças
religiosas, o Mercado é o modelo mais direto, objetivo e pragmático voltado
para o próximo. Além disso, gera e distribui riqueza fundamentada no sistema de
trocas e produção, ordenando toda a sociedade para um crescimento espiral. Selecionando
por habilidades e determinação, ele é a principal alavanca de mobilidade social
existente. Não é de hoje que os poderes constituídos, os intelectuais
totalitaristas ou deterministas, os senhores da verdade e do destino, os
avarentos e medíocres disfarçados, tentam sem sucesso destruir, conter,
regular, minimizar, dificultar, explorar, aproveitar, se apossar ou denegrir o
que para eles é um perigo. Para a casta estatal, para os aristocratas e para os
que se acham nobres, para os monopolistas de carteirinha, para aqueles que
preferem receber favores em vez de mérito, para os falsos vitoriosos que na
verdade burlam as regras do jogo, o Mercado com o seu dinamismo complexo e a
sua intrínseca imprevisibilidade é uma ameaça de mudança e por isso deve ser
contido. Portanto, eu sou incondicionalmente favorável a ele.
Também não é de hoje que o estado
de Alagoas e a cidade de Maceió, aparecem em posições ruins em assuntos
relacionados com este tema. Em 2015 e 2016, o Ranking de
Competitividade dos Estados, elaborado pelo Centro de Liderança Pública (CLP),
em parceria com a consultoria Tendências e com a Economist Intelligence Unit
(EIU), a divisão de pesquisas e análises do mesmo grupo que edita a revista
inglesa The Economist, apontou Alagoas na ultima posição. A análise leva
em consideração 64 indicadores, em dez pilares: infraestrutura,
sustentabilidade social, segurança pública, educação, solidez fiscal,
eficiência da máquina pública, capital humano, sustentabilidade ambiental,
potencial de mercado e inovação. Já Maceió, não deixa por menos e nestes
dois anos também aparece em ultimo lugar no Ranking de Cidades Empreendedoras
da Endeavor, uma instituição que fomenta empreendedores no Brasil e no mundo
como forma de transformação social. Ou seja, estamos na pior situação possível.
Isso não significa que não existam coisas boas acontecendo por aqui. Pelo
contrário. Existem muitas e em muitos segmentos. Mas significa que estas
pessoas, remam contra uma maré impiedosa para chegar onde chegaram e para
continuar avançando. Elas são pontos fora da curva de uma rede de
relacionamentos que em pleno século XXI ainda define as pessoas pelo sobrenome
e pela opinião de outrem, o que bem poderíamos chamar de fofoca. Esta rede formada
por grupos com laços de consanguinidade será afetada frontalmente por uma
reversão neste cenário, perderá poder, perderá influência política, será obrigada
a praticar menos corrupção e mais competência. Não que ela seja a única
responsável por tudo de ruim. De maneira nenhuma. A população de um modo geral
também acomodou-se a isso, adotou uma postura repleta de vitimismo e
improdutividade irresponsável, vício no assistencialismo e na ignorância,
preferindo as fugas existenciais e o torpor ao empenho para mudar a própria
realidade. Esta combinação estagnou as nossas possibilidades de
desenvolvimento. Nossos índices educacionais, de pobreza e violência não
merecem citações.
A mudança desta
conjuntura desfavorável certamente trará mais produtos e serviços, mais
empresas, mais renda, mais oportunidades de trabalho e melhoria de vida, mais
capacitação, e certamente outros políticos para nos representar, pois em sua
grande maioria eles são produzidos nestes meios, e se empenham em apenas manter
o que está estabelecido, favorecer amigos e enriquecer. Não é coincidência que
há um ano atrás, Alagoas batia o recorde nacional com 100% dos seus três
senadores denunciados na Lava Jato, por exemplo. Como modificar tudo isso é
mais importante no entanto, do que toda a sujeira que esta situação já produziu.
E existem algumas diretrizes que podemos seguir, pois não é preciso inventar a
roda. Basta fazê-la rodar. Os próprios estudos sinalizam claramente onde são os
alvos. A melhoria do ambiente regulatório é um deles. Temos excesso de
burocracia e de leis que somente servem para atrasar e encarecer as operações
empresariais. Levamos tempo demais para abrir uma empresa, nossos impostos
encarecem demasiadamente o produto final, e as regras mudam constantemente. A
infraestrutura é outro problema a ser superado, e isso inclui investimentos na
melhoria de estradas, portos e aeroportos, mas passa também pela fluidez do
transito, pelo custo da energia e até pelo acesso de boa qualidade à internet. O
nível educacional e de renda também impactam nesta equação. Somente os
marxistas com seus pensamentos arcaicos, imaginam que ignorância e pobreza são
desejos do Mercado. Muito pelo contrário. Quanto maior a renda e mais formação,
melhor. O acesso às linhas de financiamento e ao capital de risco também é outro
fator que precisa e pode ser aperfeiçoado. Ou seja, unir a iniciativa com os
recursos financeiros para fazê-la decolar. Os investimentos e a estruturação da
inovação também são determinantes para evitar que as soluções fiquem na
mesmice. Não pode faltar a qualificação da mão de obra que impacta diretamente
na produtividade e na qualidade do que é feito. Em cada uma destas áreas, metas
estratégicas e realistas precisam ser definidas e alcançadas para que
melhoremos.
Se continuarmos esperando
que as soluções caiam do céu ou que representantes forjados em outros modelos
deixem de ser corporativistas e de pensar em favorecer quem financiou as suas
campanhas milionárias e muitas vezes desonestas, e transformem-se em pessoas
com visão de longo prazo, talvez seja impossível melhorar o ambiente
empreendedor em Alagoas e no Brasil. E com isso, estaremos condenando gerações
de brasileiros à miséria e tudo o que vem com ela. Todavia, se trabalharmos com
foco em melhorar estes pontos e elegermos representantes vindos do ecossistema
empreendedor, estaremos formando um dos três pilares do desenvolvimento: O Mercado
Empreendedor. Sozinho ele não é suficiente para gerar a sustentabilidade que queremos.
Precisamos de um Estado Enxuto e Eficiente e de Um Salto Educacional. Mas isso
será assunto para os próximos posts. Somos nós os brasileiros que temos de transformar
o Brasil numa nação próspera e admirada.
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