PLANEJE SEMPRE

A sabedoria popular diz que o dinheiro engana. Sim é verdade, mas nós é que nos enganamos com ele. Não só na contagem de células, como na passagem do troco, no acompanhamento da conta bancária pessoal ou do cartão de crédito. Isso porque o dinheiro está bastante relacionado com a nossa relação com os números. Aliás, a habilidade humana em lidar com eles, foi de certa forma fomentada pelo uso do dinheiro nas operações comerciais pela história. Lidar com o dinheiro é lidar com muitos números, e muitas vezes isso foge à nossa capacidade de memória e processamento. É melhor utilizar ferramentas para evitar problemas. 

Se é complicado gerenciar "de cabeça" as finanças pessoais, imagine fazer desta forma com as finanças empresariais. As chances de sucesso tornam-se bem reduzidas. Todos os dias, uma empresa tem recebimentos e pagamentos que precisam ser previstos e realizados. As vendas podem gerar entradas no caixa, nos bancos e também no contas a receber. As compras de mercadorias e serviços por sua vez podem gerar saídas no caixa, nos bancos e aumento no contas a pagar. Sem falar nas entradas e saídas de estoques, nas despesas administrativas, nos tributos e encargos, na aferição de margens, e numa série de outras obrigações inerentes à atividade empresarial. Cada operação destas envolve um conjunto de números e procedimentos matemáticos, inclusive no aspecto temporal. Em um boleto, por exemplo, somente no valor de face, no vencimento e no número do documento, podemos ter uns 20 caracteres numéricos. Se forem em média 10 boletos por dia util, seriam pelo menos 4.400 por mês. Como você espera controlar este volume de informação? 

Sofrendo influência contínua do mercado e do ambiente regulatório,  na verdade, lidar com o universo financeiro das empresas sem planejamento, é elevar o risco do negócio sem necessidade.  A grosso modo, seria como fazer uma viagem sem saber qual o destino, sem saber qual o caminho ou quanto recurso vai consumir. Neste caso, você vai dando um jeitinho na medida que as coisas vão acontecendo. Não me parece muito producente. 

O planejamento nas empresas é uma atitude típicamente racional, que se fundamenta em alguns pilares básicos: O que fazer, como fazer, em quanto tempo, quanto custa e quanto gera de receitas. Lógico que existem muitos outros aspectos, mas estamos falando de fundamentos. Sem planejamento a empresa torna-se uma aventura perigosa, que pode trazer muitos dessabores. Como atitude, ele faz parte das condutas humanas, condutas maduras vale ressaltar. O improviso e a inconsequência não deixam de ser condutas relacionadas com  a imaturidade.  

Planejar é também tornar as coisas esclarecidas. Quem planeja consegue compreender melhor as dificuldades, consegue identificá-las mais rápido e também consegue ser mais rápido nas soluções se quiser. O tempo que você consome planejando, ganha na execução com menos erros e menos desperdício. Não há como trilhar um caminho profissional de gestão sem planejamento. Planejar é pensar. E o mundo dos negócios vivido sem raciocínio é um mundo de tentativas e erros. Erros custam caro. 

Planeje, planeje e planeje. Planeje suas estratégias de vendas, planeje seus custos, planeje seu lucro, planeje sua expansão. Não abra mão de planejar por impulsos ou intuições imediatistas. Além de melhorar o desempenho da empresa, garanto a você que ainda receberá de bônus um bom aprendizado.