FALTA DE DINHEIRO FOMENTA DESORGANIZAÇÃO

A falta de recursos financeiros em uma empresa traz muito mais consequências negativas do que despesas com juros, cartas de cobrança, preocupação dos gestores e atraso no crescimento. Ela desmonta os processos e a organização já existentes, e dificulta a adoção de aperfeiçoamentos, destruindo contínua e invisivelmente a estrutura organizacional seja ela qual seja. 

Isso ocorre porque a exiguidade de dinheiro, traz todas as ações para o curtíssimo prazo, tempo onde não existe condições ideais para providências mais ponderadas e o improviso pode ser muito utilizado. Ao eliminar os horizontes de longo e médio prazos, ela na verdade corrói as alternativas de solução limitando-as a um conjunto de tentativas que objetivam somente resolver o que é urgente, submergindo aquilo que é importante. Este movimento torna-se uma espiral e pode acabar levando a empresa ao seu fim, quase sempre cheio de problemas. Também funciona como um reforço para a degradação, durante o processo. 

Tenho visto isso acontecer frequentemente nas empresas que acompanho. Para evitar um cenário como este, mesmo durante o período de escassez financeira, a empresa precisa manter os seus procedimentos, adaptando-os à nova realidade logicamente. Trata-se de um movimento de resistência, no qual é preciso lutar contra o caos que deseja se instalar no momento da crise. Ter e cumprir protocolos e procedimentos em momentos críticos é habitual nas forças armadas, na polícia, na medicina, na aviação comercial, no corpo de bombeiros, na defesa civil, e em muitos outros lugares, devendo também ser considerado na gestão empresarial. 

Sem dinheiro, fica muito difícil manter as coisas no prumo, mas também não é impossível. A falta de recursos não deve ser desculpa para a desordem, pois neste caso trata-se de um reducionismo obtuso. As finanças são muito importantes em um negócio mas não são a única coisa neles. As empresas são muito mais do que um saldo na conta bancária. 

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