JUROS, IMPOSTOS, TARIFAS, INSUMOS E INFLAÇÃO EM ALTA. CRESCIMENTO EM BAIXA. O QUE FAZER NA EMPRESA?
A conjuntura econômica não é das
melhores. Alta de juros, impostos e tarifas. Muitas possibilidades de subida da
inflação. O crescimento em quase zero, não estando descartada uma recessão.
Sim, teremos um ano difícil. Quem se nega a ver isso, terá menos possibilidades
de passar por ele com menos problemas. A melhor coisa a fazer é encarar a
realidade e tomar providencias para minimizar as consequências da tempestade
que está começando a cair do lado de fora. Projeta a sua empresa pois o governo
não está fazendo isso.
A alta dos juros impacta em
muitos aspectos no seu negócio. Pagar contas em atraso vai sair cada vez mais
caro. Então, controlar bem as contas a pagar continua sendo uma necessidade de
primeira linha. Pegar dinheiro emprestado no banco também vai ficar mais caro.
Então, aquela história de usar linhas de capital de giro para pagar as contas,
porque não tem organização interna suficiente, se tornará ainda mais um mau
negócio. Se já era caro antecipar receitas de boletos e cartões de crédito,
agora então vai ficar pior. Usar o cheque especial então, um pesadelo. A melhor
coisa a fazer é arrumar bem o seu fluxo de caixa, compatibilizando dia a dia os
recebimentos e os pagamentos. Os vencimentos das compras devem ser
sincronizados com os períodos do mês que possuem mais disponibilidades e você
deve considerar a negociação com fornecedores para adiar pagamentos, uma
possibilidade real. Não espere 100% de
sucesso nisso, mas contabilize que cada acerto bem sucedido, lhe economizará
uma despesa.
Os juros altos penalizam a
desorganização financeira mas também penalizam a lucratividade e a expansão do
empreendimento. Isso porque, toda vez que você paga juros para alguém, está
tirando do lucro do negócio, e quanto menos lucro uma empresa tem, menos
capacidade de crescer com capital próprio ela terá. E também menos capital de
giro, o que exige mais uma vez cuidados com as contas a pagar, contas a receber
e com o nível dos estoques. Crescer com capital de terceiros, no caso via empréstimos
bancários, vai exigir taxas de rentabilidade maiores, e isso significa mais eficiência
na operação e posicionamento no mercado. Ou seja, os projetos precisam sem mais
precisos, melhor estudados e bem geridos. Nem todos ficam inviabilizados, mas
alguns precisam ser repensados. Por isso, revise seus planos. Não entre em
novidades pelo sabor do impulso. Faça estudos de viabilidade para saber
exatamente quanto vai ganhar ou perder se resolver dar um passo à frente.
A subida de impostos,
combustíveis e tarifas de energia elétrica afetam a sua empresa mais ou menos
da mesma maneira. Ela onera os custos e as despesas e com isso reduzem a
lucratividade. São efeitos inflacionários porque para manter a margem, as
empresas que puderem vão colocar nos preços de venda, elevando-os para o
mercado. As que não puderem, vão tentar reduzir gastos para defender-se do
aumento. Considere também identificar novos nichos de faturamento, melhorar os processos, para eliminar desperdícios e atrasos, aumentando o giro
do negócio, e também firmar parcerias. Sozinho é mais difícil passar pela tormenta. Em qualquer estratégia adotada, monitorar o resultado mensal
torna-se indispensável. Por isso, mantenha os números do seu negócio na mão,
para não ter surpresas desagradáveis. Eu sempre digo que depois que o prejuízo ocorre, ele
precisa ser financiado causando mais necessidade de capital. Então a melhor
coisa a fazer é ter um orçamento mensal bem acompanhado para não ter surpresas
e piorar o que já não está bom. Antecipe-se ao resultado e não seja um mero
expectador do seu desempenho. Se a inflação aumentar, ter um caixa forte cheio
de recursos não vai ajudar muito. Melhor será ter ativos reais rentáveis que tenham
boa liquidez. Cada negócio opera em um
mercado e cada mercado vai adaptar-se a esta realidade, por isso, cada segmento de mercado terá os seus. No entanto, é preciso
entender que ter ativos reais rentáveis e com liquidez, significa ter bens
tangíveis que gerem um retorno superior ao seu custo, e que ter liquidez neles,
significa ter uma certa facilidade em transformá-lo em dinheiro quando for preciso.
O crescimento econômico é o resultado
das decisões e ações privadas e governamentais. Quando ele está baixo, é a
mesma coisa que dizer que este conjunto de decisões e ações precisa melhorar.
Significa dizer que as operações estão sendo reduzidas, que temos menos demanda
e menos oferta de produtos e serviços, menos circulação de dinheiro e menos
possibilidades de bons negócios. Mesmo assim, o que tenho observado na minha
carteira de clientes, é que os empreendedores não estão esmorecendo diante das
dificuldades que estão sendo enfileiradas. Pelo contrário, estão com força
total tocando as suas empresas e seus projetos. Não tenho dúvidas que os empresários
hoje no Brasil, são os pilares que ainda sustentam o país. Com trabalho,
iniciativa, inovação e, perseverança. Então, não desista. Ser empresário é
nunca desistir. É encontrar uma forma de superar a dificuldade e prosperar.
Arrume sua casa, controle os seus números, planeje a estratégia e siga em frente.
Pois quem fizer isso acertadamente, vai estar na frente quando a chuva passar.
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