PRINCÍPIOS DO ORÇAMENTO EMPRESARIAL EFETIVO


O planejamento financeiro numa empresa é uma importante ferramenta de gestão. E ele se traduz na prática no que costumamos chamar de orçamento empresarial. Acontece que esta peça precisa ser acompanhada de uma cultura orçamentária, sem a qual corre o risco de tornar-se um amontoado de papel em uma gaveta, sem o efeito prático tão positivo que pode gerar na organização. O orçamento precisa ser sobretudo efetivo, e para que isso se realize, além do cálculo numérico, é preciso que exista um processo orçamentário ativo na empresa.

Um dos mais importantes princípios de uma política orçamentária é a descentralização. Ele permite que o orçamento transcenda o nível estratégico e penetre no cotidiano dos níveis tático e operacional da hierarquia. O melhor orçamento não terá muita valia para o negócio se ele ficar restrito a um pequeno grupo de pessoas. Ele precisa se expandir e fazer parte da vida corporativa na média chefia, com a intimidade semelhante que possui com o setor de planejamento.

A descentralização começa com a transformação dos tradicionais centros de custo, em verdadeiros centros de negócio, onde seus responsáveis devem entender e comprometer-se com o resultado. Para isso, as metas orçamentárias devem ser discutidas, negociadas e por fim adotadas. Jamais impostas. O compromisso deve se dá pelo entendimento e participação na construção. Cada centro de responsabilidade, deve ter as suas metas, os seus “donos do negócio”, os seus recursos e uma autonomia controlada para lidar com as restrições.

Um política orçamentária assim, tem um impacto bastante relevante sobre a cultura da empresa. Os setores passam a concentrarem-se em seus objetivos e não em atrapalhar os demais. Com isso, a gestão central tem menos trabalho de coordenar as partes e pode se concentrar mais em estratégias. Os números são excelentes drivers para condutas e comportamentos. Eles conseguem ser ao mesmo tempo, causa e efeito para as pessoas.

Um bom processo orçamentário, tem ainda o poder de disseminar uma noção mais acurada de responsabilidade, pois as partes conseguem sentir-se integrantes do todo. Conseguem mensurar a sua contribuição com o resultado final e isso serve como liga, ajudando os gestores a conduzirem suas equipes. Se a realização das metas orçamentárias, estão condicionadas a incentivos para aqueles que conseguem, então a motivação pode ser ainda melhor.

Nunca é demais lembrar, que as metas orçamentárias precisam ser exequíveis. Elas precisam puxar a empresa para um patamar acima do atual, mas não podem desestimular em função da sua dificuldade. Precisam ser razoáveis e realistas, para com isso serem críveis e servirem de referencial dos gestores de todos os níveis.
 
Artigo de minha autoria publicado originalmente no portal ADMINISTRADORES.

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