QUANDO AS MUDANÇAS SÃO PREJUDICIAIS
O mundo vive um processo
acelerado de mudanças. Na verdade elas sempre existiram, mas a era da
informação difusa está tornando esse processo mais rápido. Nas empresas, tem
acontecido a mesma coisa, tanto que o psicólogo clínico, George Kohlrieser, especialista
nem gestão de pessoas e solução de conflitos, considerado uma das maiores autoridades
atuais sobre o assunto declarou recentemente: "Morre
lentamente a empresa que não muda".
Mudar
sim. Mas não é mudança pela mudança. É evoluir. É melhorar. É adaptar-se. E
para isso é preciso incorporar os avanços anteriores e não descartá-los. Se
não, a mudança tem o efeito danoso de destruição, desmontando o que já existia,
desconsiderando o aprendizado já testado e bem sucedido, levando-nos a começar
sempre do zero. O excesso nas mudanças e o despreparo nas suas implementações geram
insegurança e resistência na maioria das pessoas. Elas se perguntam o que vai
acontecer com elas, o que ganham e o que perdem com isso, como devem ser
portar, e a falta de respostas faz subir o nível de rejeição. Também fazem com
que se perca os referenciais até então utilizados, e isso gera insegurança. E a
insegurança é um mal silencioso e perene que mina gravemente a iniciativa, o
compromisso e a motivação das pessoas, elementos fundamentais para a formatação
das equipes produtivas. E sem equipes produtivas não há empresas produtivas. E
sem empresas produtivas, a sociedade mergulha num mar de atraso e estagnação.
O excesso
de mudanças somado a falta de coerência e ao descumprimento da palavra, são
mortais. Praticamente desmontam qualquer confiança necessária ao vínculo que as
pessoas precisam manter com o seu trabalho, reduzindo-o a uma mera relação
econômica pelo dinheiro, e não uma oportunidade de realização pessoal. A
produtividade cai, pois as pessoas não fazem o que poderiam fazer. Ficam como
se estivessem paralisadas aguardando o ambiente propício e adequado. A
qualidade também desce de ladeira abaixo e o índice de retrabalho aumenta,
junto com ele o de desperdício e junto com ele o custo operacional, reduzindo a
margem de lucro. Ou seja, é um jogo de perde-perde. Todos saem com a pior
opção.
Mudar por
mudar, denuncia também a falta de um rumo estratégico na organização
empresarial. A mudança deveria ser uma etapa para se alcançar o determinado fim
e não um modismo, só porque é legal e todo mundo está falando. Isto é, a
mudança é um meio e não um fim em si mesma. Quando isso acontece, na verdade
estamos banalizando-a, aumentando as dificuldades para realizá-la e desperdiçando
a chance de melhorar o que temos. As empresas e as pessoas, precisam de
referenciais seguros e certos, processos bem definidos, padrões com os quais possam
se identificar e comparar, dados consistentes para servirem de norte. Lógico
que é preciso ter coragem para mudar. Quanto a isso não há duvidas. Porém, cada
vez mais, é preciso ter mais coragem ainda para não mudar, e manter aquilo que
funciona e sempre deu certo.
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