O QUE TEMOS A APRENDER COM GERALDO RUFINO




Geraldo Rufino é um brasileiro digno da nossa atenção. De origem bastante humilde, não entregou-se ao vitimismo mas sim a uma incorrigível visão otimista da vida, fundamento indispensável para os empreendedores bem sucedidos. Com uma maneira simples e quase simplória, ele discorre sobre os ensinamentos que guardou ao longo da sua rica trajetória e nos enche de esperança e sabedoria. Se você espera de Geraldo um conteúdo rebuscado típico dos estudiosos de Harvard, ficará decepcionado pois ele tem os conteúdos típicos de alguém que teve de aprender sozinho a boa estrada a ser seguida, aprendendo na base da tentativa e do erro. Se alguém tem estas características, e além de tudo consegue guardar um constante sorriso no rosto, um entusiasmo que contagia e ajuda as pessoas a seguirem adiante, recomendo que você preste atenção. Pois você está diante de um exemplo vivo de muitas teorias e ideias que costumamos debater.

Ao ler o seu livro "O Catador de Sonhos", tive as vezes a impressão que ele jamais deixou de ser o Geraldinho que de catador de lixo, começou a trabalhar ainda adolescente como office boy, sempre disposto a prestar os serviços e fazer mais. O trabalho ininterrupto sempre foi o seu maior companheiro, mesmo que jamais tenha aberto mão da parceria de seus irmãos e familiares. As jornadas de 12 e 14 horas, foram uma constante em sua vida, mesmo que fosse um funcionário. E você não vai encontrar uma ponta de reclamação ou ressentimento nisso. Pelo contrário, vai se deparar com a satisfação e a habilidade de fazer dinheiro com o labor. Os carrinhos de pipoca que o digam. 

Não vou tratar da atividade empresarial de desmanches de caminhões para revenda de peças, pois existe uma linha tênue entre uma opinião desinformada e uma destrutiva injustiça. O fato é que Geraldo Rufino viu uma oportunidade onde muitos só enxergam problemas, e fez disso uma iniciativa formal e regularizada, que gera empregos, renda e soluções. Até bem porque a figura de Rufino e a sua história tão significativa, conseguem ser maiores e mais relevantes do que a graxa das suas oficinas. Até neste ponto, ele teve de vencer o preconceito. E venceu várias vezes também a crise financeira. Desde quando perdeu todas as suas economias que estavam enterradas em latas no terreno ao lado, até quando já adulto, entrou em concordata com um dívida de 16 milhões de reais. 

Neste ponto, entra em cena outra característica fundamental nele e em quem deseja dar certo na vida e nos negócios. A credibilidade forjada na sinceridade e no cumprimento dos compromissos assumidos. Tratando diretamente com seus credores e colocando o pé no chão da oficina, Geraldo Rufino conseguiu renegociar prazos e honrar as obrigações pendentes. Salvou não só os seus negócios como também os empregos que dependiam dele. Atualmente, está participando do processo seletivo do Novo para postular uma candidatura ao Senado por São Paulo, e creio que o estado e o país têm muito a ganhar com isso. 

A história de Geraldo Rufino diz muito sobre empreendedorismo, mas principalmente saltam aos olhos as lições de vida que ela contém. O foco para ganhar um dólar a mais por dia, para a melhoria contínua, para fazer o negócio ser maior que o fundador, acabam sendo pano de fundo para a rota de um brasileiro que chegou a São Paulo ainda criança com sua família, e dormiu no chão da rua porque não tinha para onde ir. Em vez de esmorecer, alegrava-se o menino porque antes dormia no barro e agora estava dormindo no cimento. Diante disto, aqueles problemas que costumam nos acompanhar parecem pequenos demais. E são mesmo.

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