AS DUAS ETAPAS DO VALUATION







Um Valuation tem duas etapas. Na primeira, levantamos das informações internas do negócios e externas no mercado, procuramos usar os melhores modelos, adotamos algumas considerações que precisam ser razoáveis, fazemos os cálculos e redigimos o documento explicando todo o processo. Engana-se quem pensa que o trabalho terminou aí. Porque agora é que começa a segunda etapa da avaliação de empresas.

Todos possuem uma noção de valor sobre o negócio. Ela vem de conceitos subjetivos e preconcepções adotadas. Em muitos casos, não há fundamentos para isso. Ao apresentar o resultado de um Valuation, é inevitável que o cliente compare no mesmo momento com a noção que ele tem. Até bem porque, ele não domina a metodologia utilizada e vai procurar lidar com esta realidade com as ferramentas intelectuais que possui. O resultado é que em muitos casos o raciocínio dele pode ser mais ou menos assim: Meu prédio vale tanto, meus equipamentos valem tanto, e meu negócio vale tanto, colocando neste ultimo item o trabalho que ele teve para construir a empresa.

Logicamente você explica que uma empresa não é somente a soma dos valores dos ativos que ela possui, mas sim o resultado que ela obtém utilizando estes ativos. Ou seja, que um negócio vale pelo que ele gera de caixa e não pelo que se gastou nele. Que despesas e investimentos são coisas diferentes, apesar de ambos envolverem desembolsos. E que o valor de um empreendimento, acaba ficando relacionado com a proporção que cada um destes dois tipos, possui na operação. Que se o valor de uma empresa resultar num patamar menor do que o valor do seu patrimônio, em termos financeiros é melhor vende-lo em separado. E que se resultar em um valor maior, isso significa que a gestão foi eficiente em produzir resultados com aqueles ativos existentes. Mas nada disso adianta muito. Ele vai continuar pensando quanto valem os bens tangíveis e quanto vale o negócio, que seria a parte intangível. No fundo, todos são avaliadores, mesmo que não saibam o que é um fluxo de caixa descontado.

Por isso, a primeira etapa do Valuation é fundamental para a segunda. Usar modelos eficazes e utilizar considerações com bom senso, concorre para o resultado ter mais probabilidade de ser satisfatório. Depois é poder e saber explicar o processo e como você chegou naquele valor. Umas das melhores coisas que pode acontecer é quando o resultado do Valuation, converge com o senso comum. Isso dá uma sensação para os mais distantes do assunto, que o trabalho foi bem feito, apesar de que o papel do avaliador não é encontrar um numero que seja compatível com aquele que está na cabeça do cliente. Quando o contrário acontece, a distancia entre os dois números produz um esforço maior de aderência e explicação, tendo o avaliador que imergir mais no universo financeiro para esclarecer os ouvintes como as coisas funcionam neste ambiente.


Então, quando você concluir o laudo de Valuation, não pense que está tudo consumado. Daí por diante, é que começa a etapa mais emocionante. 

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