DEIXE ASSUNTOS DE PESSOAL COM RH

Os problemas na gestão de pessoas acumulam-se todos os dias nas empresas brasileiras. São contratações mal feitas, desvio de função, incompatibilidade de cargos e salários, falta de treinamento eficiente, ausência de planos de carreira e incentivos à produtividade, demissões inadequadas, falta de documentação regular, excesso de jornada muitas vezes sem remuneração, descumprimento dos intervalos no expediente, desuso de equipamentos e medidas de segurança, num extensa lista de pontos que acabam por onerar financeiramente os empreendimentos, corroendo a lucratividade e a eficiência. É verdade que o Estado mais atrapalha que ajuda, mas não podemos ficar somente reclamando sem fazer nada. As empresas brasileiras precisam entender de uma vez por todas que a gestão de pessoas não é coisa de amadores, e que existem leis que devem ser cumpridas. Neste assunto, o empresário não faz o que quer. Faz o que deve ser feito. 

Um dos problemas quando o assunto é pessoas, vem de políticas despadronizadas de RH, onde cada chefe ou responsável pratica o que bem entende com seus subordinados. Cada um tem um estilo, uma forma de pensar e agir, um entendimento e um conhecimento sobre o assunto, e por consequência cada setor, unidade ou filial funciona da sua maneira. Isso causa um grande prejuízo. Mas na grande maioria dos casos, eles não pagam a conta. Quem paga é a empresa. Este é um dos motivos para que as políticas de pessoas sejam definidas pela empresa e não por cada parte dela. 

Vou dar um exemplo como pode funcionar. A empresa deve definir em papel todo os aspectos relacionados com seus colaboradores, do recrutamento à demissão, incluindo a cadeia de comando que diz quem responde para quem. Por incrível que pareça, esse ponto óbvio muitas vezes é negligenciado e os colaboradores ficam tontos sem saber a quem atendem. Os gestores por sua vez, são preservados do trato de assuntos como atrasos, faltas, saídas durante o expediente, licenças, cargos, salários, promoção, punição, demissão e tudo mais relacionado com pessoas, ficando focados em resultados e na operação, e não em aspectos em atrasos e licenças. 

É preciso considerar que quando o chefe trata destes assuntos, eles tornam-se moeda de troca e muitas vezes assumem significado de recompensas e favorecimentos, nem sempre conformes com a legislação trabalhista em vigor, o que mais uma vez acabam gerando despesas altas que poderiam ser evitadas. Nem todos os chefes são consistentes o suficiente para conseguirem resultados da equipe sem negociar benefícios em troca. Por isso, reservar os assuntos de pessoal para o setor de RH, deixando os cargos de linha concentrados na operação, pode ser uma boa alternativa para as empresas, além de ser uma etapa necessária ao processo de evolução organizacional que ela terá de passar. 

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