CAMINHO PARA O HOTEL TAVARES CORREIA

Recentemente, fui à cidade de Garanhuns no estado de Pernambuco, para atender uma empresa cliente. Como era um sábado, aproveitei e levei a família para conhecer o hotel Tavares Correia. Quando eu era criança, fui algumas vezes lá sempre com boas recordações. Muita gente da minha geração fez o mesmo, tanto que existem centenas de pessoas com lembranças dos dias que ali passaram. Com boa comida, amplo espaço de lazer e o clima frio da cidade, o hotel era destino escolhido por muitas famílias nos anos 70. O tempo passou, as coisas mudaram, outras opções apareceram, e o hotel ficou ali, como se esperando para ser redescoberto. Esperando para encontrar uma nova fase áurea em sua existência.

Enquanto caminhava pelos seus jardins envelhecidos, comecei a pensar no que eu faria para que ele reencontrasse essa rota. E é exatamente isso que eu vou contar para você. Afinal este é o meu trabalho e mesmo em momentos de lazer, não deixo de estar buscando alternativas para que as empresas estejam melhores. As lembranças das pessoas e o conceito do negócio relacionado com a família, são os meus pontos de partida. Trazê-lo para o presente, seria a necessidade. Os tempos mudam, os sentimentos não. Este é o fundamento.


Se ele está na cidade das flores, os jardins devem ser infestados delas. Na frente e na circulação externa. Crianças e mulheres adoram flores. Cada tipo, teria uma placa identificando a espécie e como cuidar. Eu faria uma estufa e um orquidário. Neles, o hotel daria aulas para os hóspedes de botânica ornamental. Quem não quer uma casa bonita? Ao final, os alunos receberiam mudas de presente. O site traria instruções e notícias sobre o assunto, mantendo o vínculo com o cliente. O pátio interno eu chamaria de jardim das flores. Simples e direto. Lá as pessoas poderiam sentar nos bancos e apreciar as imagens, sons e aromas. Algo que onde moram pode ser impossível.


O passeio de charrete ganharia um toque especial. De uma, pularia para pelo menos três estilizadas, como coches do século xv ou carruagens de contos de fadas. Qual menina de 6 anos não gostaria de sentir-se uma princesa passeando num veículo assim?  Logicamente, os cavalos e o condutor também deveriam estar a caráter. Os meninos andariam na carruagem do rei. Para subir, tapete vermelho. O passeio pelo hotel, estaria sinalizado, o campo abandonado de futebol seria transformado na florestinha, com lago, peixes e ruinas de um castelo. E alguns animais silvestres como pavões. Lá também seria o lugar do arborismo, com redes, cordas e pontes suspensas. O que hoje parece um quintal seria a fazendinha. Passagem pelo jardim das flores obrigatória e pela cidade de brinquedo urbanizada com placas de trânsito também. Depois eu conto como estes espaços se tornariam vivos. As bikes também seriam renovadas. Ganhariam mais opções, capacetes e acessórios coloridos que a garotada adora. O passeio de bicicleta com isso retornaria ao seu lugar de destaque. Logicamente, além da estrada percorrida pelas charretes, elas ganhariam trilhas exclusivas todas elas sinalizadas. Trilha da caverna, trilha do pavão e trilha do lago, não poderiam faltar.


Uma programação diária e uma equipe de recreadores, puxaria as crianças e os pais para as atividades. Os convites começariam já no café da manhã. Os animais seriam atração também. Mini vacas, galinhas, gansos, patos, perus e guinés já existem. Mas eu colocaria aviários com pássaros, acrescentaria coelhos, pôneis, papagaios, calopsitas e até saguins. Daria um nome aos animais e colocaria nas placas identificadoras e no site, juntamente com belas fotos e uma estória sobre eles. Assim de casa, as crianças poderiam se interessar em conhecê-los. Uma das atrações, seria o passeio na fazendinha, para não só ver ao animais como dar comida, aprender um pouco sobre eles. Os funcionários todos estilizados como fazendeiros com chapéu de palha. Também colocaria ferramentas de plástico para as crianças exercitarem um pouco os cuidados na fazenda, e plantarem na horta, que deveria ser feita ao lado da fazenda. Na visita, um veterinário explicaria como cuidar bem dos animais.

Na cidadezinha urbanizada com escola, lixeiros, ruas e sinalização e carros de brinquedo, elas ouviriam lições de trânsito e convivência urbana. No mini teatro assistiriam peças de marionetes e personagens em tamanho real e ouviriam música instrumental. Até um passeio do flautista poderia ser feito pelo hotel. A piscina teria uma nova concepção. Tubo água e cachoeira com certeza. Boias, coloridas, bolas, música animada e recreadores também. O salão de jogos teria de ter também uma nova roupagem, Ressussitar as mesas de sinuca, ping pong e totó sem dúvida, pois são tradicionais. Mas além destas opções, naquele espaço eu colocaria um local high tech, com jogos eletrônicos interativos em salas especiais, cineminha com pipoca, e sala de leitura com almofadas, cadeiras, música relaxante, contadores de estórias e muitos livros infantis. Uma boa gastronomia não pode faltar. Massas e foundees porque o clima é frio. Manteria o chá da tarde e levaria um chef para fazer pratos customizados com o nomes típicos do hotel. E ainda convidaria a todos para irem à noite antes de dormir, curtir um friozinho ao lado da fogueira, tomar vinho ou chocolate quente, ouvir números de música clássica e comer uns petiscos antes de dormir.

Como eu venderia um produto assim? Nas escolas particulares de Maceió, Recife, João Pessoa e Aracajú. Em pacotes via agências de turismo. Numa campanha mostrando o novo Tavares Correia, e nas férias ainda faria eventos de estímulo ao empreendedorismo infantil, campeonatos de matemática, conhecimentos gerais, informática, robótica, história, geografia, ciências e por aí vai. Toda estrutura física seria aprimorada, melhorado a acabamento nos ambientes, reformulado outros. A ambientação em cada espaço é ponto chave para criar a experiência sensorial satisfatória para o cliente. Como eu arrumaria dinheiro para isso? Faria um projeto traduzindo essa proposta em números e arregimentaria financiadores ou investidores para o novo empreendimento. Demonstraria a estimativa de receitas, a lucratividade e o retorno sobre o investimento. Implantaria um rigoroso controle orçamentário na operação para que ela não saísse dos trilhos. E criaria unidades de negócio com indicadores próprios e líderes, sendo monitorados e desafiados continuamente. Geraria empregos, impostos, faturamento e lucro. O hotel seria um atrativo para as famílias passarem momentos de tranquilidade e lazer. Através das crianças, chegaríamos nos pais. Eles passariam no mínimo 3 dias que lembrariam para sempre. Com 80% de lotação no ano, 135 apartamentos ao preço de 400 reais, fora os extras, o faturamento anual poderia passar dos 15 milhões. Com uma margem de 20%, o lucro anual passaria dos 2 milhões de reais.

Um sonho se torna um plano se enxergarmos a oportunidade. Um plano se torna um projeto se planejamos as ações. Um projeto se torna realidade se trabalhamos por ele. A realidade se torna melhor quando a vemos de forma diferente. Tudo isso já está lá. Basta fazer.



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