QUANDO PODEMOS DIZER QUE TEMOS UM PROCESSO ?
Um processo é uma cadeia
invisível de tarefas, que transcende setores, áreas e pessoas, e praticamente
determina o sucesso ou insucesso de uma organização. Apesar de ser intangível,
os resultados dos processos são bastante tangíveis. Quando o atendimento ao cliente
não está bom, o processo para isso certamente também não está. Quando a empresa
sofre com uma crise financeira, a deficiência nos seus processos colaboraram
com isto. Quando a qualidade é insuficiente, os processos precisam ser
aperfeiçoados. Quando a produtividade é baixa, os processos devem ser
melhorados. Enfim, os processos formam uma rede indispensável que fazem a
empresa funcionar.
Como são invisíveis, a primeira
tarefa é torna-los acessíveis aos nossos olhos, pois aquilo que não se vê, não
se gerencia. Isso é feito através do mapeamento do processo através de um
fluxograma da situação atual. Quanto melhor for este mapeamento, melhor será o
passo posterior. Por isso, não economize observações e perguntas. Nem tão
pouco, caia na tentação de abreviar ou colocar no diagrama algo que você acha
mas que não existe. Esse erro fatal vai distorcer a realidade e fazer você
tirar conclusões equivocadas. Para mapear um processo, o mais importante é a
verdade, por mais estranha, absurda ou errada que ela possa parecer. Não
julgue. Apenas descreva o que existe.
Depois de mapear o que realmente
existe, é hora de melhorar o processo. Agora é a hora de eliminar tarefas
desnecessárias, cortar o retrabalho, acabar com os fluxos de trabalho que
retornam em vez de seguir adiante, as travas e o excesso de decisões. O
processo precisa ficar mais rápido e limpo. Neste passo, um grupo de análise
ajuda muito, pois várias cabeças identificam mais soluções do que apenas uma.
Portanto, valide a fluxo proposto com os envolvidos e interessados antes de
pensar em implantá-lo. Ouça opiniões de outras pessoas e não imagine que
somente a sua visão é a melhor.
Se você avançar até aí, terá
feito um grande trabalho mas se parar neste ponto, não conseguirá grandes
resultados. Aquilo que não se mede, também não se gerencia. As medidas identificam
desempenhos e servem de base para instituir padrões. Muitos dos
aperfeiçoamentos de processos falham exatamente por isso. Imaginam que basta
redesenhá-los, fazer meia dúzia de reuniões e treinamentos, coloca-los em um
manual e pronto. Tudo estará resolvido. Com isso, você documentou, comunicou e
até ensaiou um pouco a execução do processo, mas é preciso utilizar mais
recursos para conseguir eficiência. Eu diria que parar por aí, é ficar no
passado da melhoria funcional nas empresas, pois há 20 anos era exatamente o
que a maioria fazia. Venha para o presente.
Todo processo precisa de
controle. Os controles são indicadores de desempenho que servem para sabermos
se ele está funcionando bem ou não. Eles devem ser instalados em etapas relevantes,
escolhidas estrategicamente para isso. O resultado deve ser um painel de informações
gerenciais. A outra coisa é ter um gestor. Se o processo não tiver alguém que
responda por ele, afundará nas falhas e esquecimentos, cedendo a cultura da
acomodação e do jeitinho brasileiro, que sempre procura o caminho mais cômodo
para si, e não necessariamente o melhor para o resultado final. Logo, todo
processo deve ter um gerente que acompanhe o seu desempenho, que utilize os
indicadores, que resolva os entraves que aparecem e aquilo que não foi previsto
no planejamento.
Por fim, não podemos esquecer que
os processos devem ter entregas. Elas são o produto final das tarefas
encadeadas e devem ser definidas bem especificamente. Se as entregas não forem
definidas, o processo não tem razão de ser. Será um trabalho sem finalidade.
Outra coisa que não pode faltar é a identificação dos requisitos necessários
para que o processo produza a entrega desejada, sejam eles pessoas, dados,
equipamentos ou utensílios. Os requisitos são os insumos produtivos utilizados
para gerar a entrega necessária. Pronto. Com estes elementos, agora você pode
dizer que tem realmente um processo. As empresas agradecem. Os clientes e os colaboradores
também.
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