A MULTIPLICAÇÃO DOS PÃES PELO CAPITAL
Fazer riqueza
é o sonho de muita gente e fomos acostumados a acreditar que isso se dá por um
sentimento mesquinho de ganância e usura, por uma necessidade de ser melhor do
que os outros, ou quem sabe até uma doença psicológica pela necessidade de
poder. Por causa da prática política, e alguns maus empresários, também fomos
levados a crer que riqueza virou sinônimo de desonestidade e corrupção. Tudo
isso acontece mesmo, mas todos esses casos e outros até mais escabrosos que
trazem a associação com o crime, são na verdade uma grande deturpação que de certo
modo traduzem uma minoria saliente. Mas fundamentalmente, uma minoria. O
conceito de riqueza tem outra natureza, que está presente na maioria dos casos.
Não só por isso maior merecedora da nossa atenção, mas também porque tem muito
mais a ensinar de edificante. Uma riqueza originada de muito trabalho,
oportunidade mercadológica e benefício para a sociedade. A verdadeira riqueza.
Por mais
avarento que alguém seja, mesmo que sonhe em viver numa sala cheia de dinheiro
como fazia o Tio Patinhas nos saudosos gibis de Walt Disney, ou por mais que
alguém deseje viver como o Riquinho com todo o luxo cercado de cifrões
impressos até no cachorro de estimação, não escapará da necessidade
distributiva do capital. E para o termo capital, estamos considerando dinheiro
e bens, tanto no universo das pessoas físicas como jurídicas. Quando o capital
se acumula, em um montante muito maior do que o seu consumo, a tendência é ser
alocado em outros ativos e investimentos. Na esfera privada, as fortunas são
distribuídas quer seja pela hereditariedade, quer seja pela filantropia, quer via
novos empreendimentos. O capital é inquieto e não gosta de ficar parado. Quanto
mais ele circula, mais gera riqueza e rendimentos. Na esfera institucional acontece a mesma
coisa. Ele termina sendo alocado em novos ativos e investimentos. O destino do
capital é multiplicar-se. O destino da riqueza e gerar novas riquezas, numa
espiral de crescimento infinito. Não é o caso, mas isso pode ser demonstrado
matematicamente inclusive.
Esses
movimentos não são atos voluntários de quem possui a riqueza, é uma necessidade
do capital. Em algum momento, alguns detentores apenas percebem isso e
facilitam o processo. Quando o milionário americano Bill Gates iniciou suas
doações milionárias para causas humanitárias, instituições de pesquisas e
outras coisas mais, estava na verdade dando o curso natural ao capital. Mas não
precisamos ir longe. O brasileiro Flávio Augusto, que hoje é um dos maiores
acionistas da Abril após a venda da sua rede Wize Up e que nem está na lista
dos milionários mundiais, quando anuncia investimentos em projetos de novos
empreendedores também faz a mesma coisa. Igualmente a eles, existem milhares e
milhares de exemplos anônimos espalhados pelo mundo. O capital empregado gera
emprego e renda, faz a economia girar, fomenta o investimento.
Demonizado
pelos marxistas, o capital cria riqueza e o mais importante: Está acessível a
qualquer um. Não trata-se de uma dádiva que agracia somente alguns poucos
escolhidos por forças do céu. O capital não dialoga com crenças. Ele é afeito à
meritocracia. A riqueza é uma escolha de vida e para obtê-la é preciso
determinar-se a ela, agir coerentemente para seu fim e ter as competências e
habilidades necessárias. Ela é construída dia a dia, através de um projeto de
vida. Tanto para a sua geração como para a sua distribuição, não funciona como
um milagre de multiplicar os pães. Na verdade, funciona mais parecido com o
trabalho do padeiro que acorda as 4 horas da manhã para fazer a massa, assar e
vender o pão.
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