A IGREJA DE PEDRO

Quando a tarde mostrava os seus tons de fim do dia, o campo logo se enchia de meninos de várias idades. Duas pedras serviam de traves e um disputado racha era a alegria daqueles corações pequenos, distantes do mundo que os assistia. O jogo durava até o cair da noite, quando com dificuldade se enxergava a bola. Eram dribles e sonhos, risos e gritos, correria e vontade, numa bela paisagem para quem de longe pudesse ver. O campo onde tal encontro ocorria, ficava num terreno baldio e imenso, cercado de outros terrenos baldios, casas e blocos de apartamentos. Ali existiam muitas moradias que iam de apartamentos modestos até casas com piscinas e grandes jardins. As ruas ainda eram de barro e o meio fio servia de banco para as conversas após o jogo. Os meninos vinham de todos os lugares. Apareciam como por encanto, e não importando de onde vinham, formavam um só grupo. Eram brancos e morenos, altos e baixos, ricos e pobres, ali eles eram iguais. Eram somente meninos que jogavam futebol. ...