O QUE REVELA O PENSAMENTO DO EMPRESARIADO BRASILEIRO PARA 2019




No período de 28/10 a 05/11/18, uma das maiores consultorias do mundo, ouviu uma boa parcela da locomotiva que move a economia brasileira. Foram 826 empresas que respondem por 43% do nosso PIB.  A Deloitte que tem 700 escritórios e 286.000 colaboradores espalhados pelo planeta, coletou as impressões de empresários e diretores da industria e do comércio de bens de consumo, prestadores de serviço, construtoras e infraestrutura, e até de tecnologia da informação e telecomunicações. O resultado é um bom indicador de como a classe empresarial pensa, do que ela espera para um futuro próximo e o que ela pretende fazer. Por tabela, isso impacta na nossa vida e por isso é bom ficar sabendo o que vem por aí. 

Eles imaginam que as reformas tributária, previdenciária e política, devem ser prioritárias para o governo. Todas impactam de uma maneira ou de outra no ambiente de negócios brasileiro. Também que o combate à corrupção, o ajuste das contas públicas e o enxugamento da administração direta são medidas da mais alta relevância. Com isso sinalizam que preferem um Estado responsável, parcimonioso, mais leve e mais eficiente. A geração de empregos, a manutenção da inflação abaixo dos 5% e o aumento do comércio exterior também aparecem com grande peso. Quanto a isso, nada a reparar. 

No entanto, ao relevar o aumento das concessões, dos leilões, das parcerias publico privadas, do crédito para empresas, do incentivo para industria 4.0 e para inovação, o empresariado revela que ainda precisa se desligar do poder público e que continua esperando facilidades de quem governa, um dos pontos que mais atrasam o nosso universo empresarial. Está na hora de uma geração de empreendedores que adote um outro modelo mental. A citada desburocratização na abertura e no fechamento de empresas, me parece mais importante para um novo Brasil do que obter subsídios. 

Outro ponto que chama a atenção, é que eles ainda esperam que o Estado seja o grande prestador de serviços de Educação, Saúde e Segurança para a população, e que nestas áreas assim como no Saneamento e na Infraestrutura, deve ter maior participação traduzindo um modelo de país mais próximo da Social Democracia do que do Liberalismo. Ignoram que em todas estas áreas, a atuação da iniciativa privada é primordial para o desenvolvimento do país e que a maior participação do Estado é exatamente um dos nossos maiores problemas. 

Por outro lado, entendem que no setor bancário, na industria, nas telecomunicações, no setor energético, petroleiro e de minérios, essa participação deva ser menor, revelando talvez o intuito de avançar sobre atividades mais lucrativas deixando para o governo aquilo menos atratente em termos financeiros. Nada mais antigo e retrógrado do que isso. Este tipo de postura não ajuda em nada o Brasil. 

A imensa maioria acredita que o governo eleito vai se encaminhar dessa maneira, com 97% declarando que vai fazer novos investimentos, sendo 60% em novos produtos, 59% em novas tecnologias, 49% na capacitação de colaboradores, 30% em novas máquinas e equipamentos e 25% em novos pontos de vendas. Isso indica que o empresariado estará se preparando para retomar o crescimento e que teremos um incremento econômico. 

Em torno de 70% informa que vai captar recursos para isso, sendo que 44% pretendem usar recursos próprios, 24% de bancos de fomento, 24% de bancos comerciais e 11% de fundos de investimento. Somente 1% adiantou que pensa em captar recursos na Bolsa através da abertura do capital. Em matéria de funding, o empresariado nacional demonstra que continua o mesmo. 

Cerca de 47% informam que terão aumento de quadro e 46% que vão manter o quadro atual. Apenas 1% relata que farão redução de quadro devido a automação. E para 69% das empresas pesquisadas, as vendas irão aumentar. O fato é que isso aponta para mais empregos e melhoria na renda. Também para o fato que a mão de obra humana ainda é o grande alicerce da nossa produção e que teremos mais oportunidades de negócios. 

Tudo isso indica que teremos um 2019 com boas perspectivas. O que fazer diante disso ? Prepare-se para aproveitar esta época, pois parece que estamos chegando nas portas de um ciclo econômico de crescimento. O trem vai partir. 




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