PESSOAS FELIZES PRODUZEM MAIS





Conheci as ideias de Jeff e JJ Sutherland relacionadas com a técnica SCRUM da qual são também criadores, em seu livro de capa amarela com o mesmo nome. Jeff é inclusive um dos elaboradores e signatários do famoso Manifesto Ágil, que influencia empresas no mundo inteiro. Mas naquelas páginas podemos encontrar bem mais do que somente uma ferramenta de gestão de equipes em projetos pelo mundo afora. Um desses tesouros é o conceito de que pessoas que possuem dentro de si um sentimento que chamamos de Felicidade, geram mais e melhores resultados. Isso mesmo. Pessoas felizes produzem mais. 


Esta Felicidade seria o envolvimento apaixonado e positivo naquilo que fazemos, sendo o combustível para o trabalho. E quem a detém comparece mais, se esforça mais e não só não sai da empresa, como também atrai outros com o mesmo perfil. Eles vão além. Dizem que este tipo de gente é 16% melhor, 32% mais comprometida e 46% mais satisfeita com o serviço que realiza. Apresenta menos faltas por doença, vai menos vezes ao médico e tem mais probabilidade de ser promovida. 


Ainda acrescentam que todos possuem um ponto em comum: São apaixonados e tentam aperfeiçoar o que fazem. Porém o mais interessante é que com isso, praticamente criam um modelo no qual a Felicidade precede a produtividade. Ou seja, como pessoas felizes produzem mais, um clima organizacional de Felicidade antecede uma elevação na produtividade, da mesma maneira que a baixa Felicidade levaria a uma baixa produtividade por consequência. 


Assim sendo, os gestores de uma empresa deveriam acompanhar o nível de Felicidade de suas equipes se quiserem se antecipar aos bons resultados. Seria uma das coisas mais importantes para se saber e monitorar numa organização. Eles explicam que para obter climas organizacionais de Felicidade, as empresas devem incentivar a autonomia e permitir que os times tomem suas próprias decisões sobre as tarefas que executam. Devem deixar os colaboradores informados de tudo que está acontecendo sem lacunas, fornecer feedbacks rápidos e diretos e ter tolerância zero com atitudes que prejudiquem esta cultura corporativa, tais como abusos ou desrespeito.


Por fim, lembram que quando estivermos cercados por infelicidade,  não devemos buscar as pessoas ruins, mas sim os processos ruins que as recompense por agir dessa maneira. Isso também é defendido por pensadores da filosofia Lean que apontam os sistemas organizacionais muito mais responsáveis por maus desempenhos do que as pessoas que neles habitam. 


Se olharmos bem, essa associação de Felicidade com produção faz todo sentido. Você já deve ter visto em algum momento da sua vida profissional que times felizes são mais produtivos. Deveríamos realmente focar em como as pessoas se sentem no trabalho que realizam e em criar um cotidiano que fomente este sentimento que todos nós buscamos e precisamos. Daí, em vez de ficar só consertando erros, a ocupação principal será colher os bons e muitos frutos desta prática. 

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