QUANDO O ASSUNTO É DINHEIRO A DIFERENÇA É VOCÊ
O dinheiro já
foi gado, sal, conchas, cacau, açucar, bronze, prata, ouro, e hoje é também
cartão de plástico. Não importa o lugar e a forma, o objetivo é sempre o mesmo:
Possibilitar a troca entre pessoas e instituições. Alguns desinformados
até o responsabilizam por todos os males do planeta, mas sendo algo inanimado
sem vontade própria, ele é apenas mais uma ferramenta a serviço da humanidade.
E como toda ferramenta humana, pode ser mal ou bem usada. Isso depende
necessariamente de quem usa.
Do ponto de
vista da destinação, Milton Fridman, vencedor do Nobel de Economia, explicava que
o dinheiro pode ser gasto de 4 maneiras.
“1) Você pode gastar o seu dinheiro em seu próprio benefício. Essa
é a opção mais racional. Imagine a cena: você quer comprar um carro para que
você mesmo use. Aqui, você se importa com o preço e a qualidade daquilo que
está comprando. É o tal do custo-benefício. Você buscará encontrar o melhor veículo,
na melhor faixa de preço.
2)
Você pode gastar o dinheiro dos outros em seu próprio benefício. É o que os
deputados estão fazendo com os reembolsos. Pense por um segundo: você tem todos
os carros do mundo à disposição sem precisar colocar a mão no bolso. É
inevitável, você estará mais interessado na qualidade do modelo do que no
preço, afinal de contas o dinheiro não é seu. O resultado final provavelmente
será um bom veículo num preço muito caro.
3)
Você pode gastar o seu dinheiro em benefício dos outros. Por exemplo: você
escolhe o presente de um amigo secreto do trabalho. Aqui, não adianta disfarçar
– você está mais interessado no preço do que na qualidade do produto. É a
primeira coisa que você pensa antes de sair às compras. Um chaveiro pode ser uma
boa opção. Um veículo novo, nem pensar.
4)
E você pode gastar o dinheiro dos outros em benefício dos outros. E aqui, o
interesse na qualidade inevitavelmente será baixo, sobretudo se você não faz a
menor ideia de quem receberá esse benefício. Não bastasse, o interesse na
economia será menor ainda, especialmente se você desconhece o rosto de quem
bancará sua compra. Essa é a opção mais irracional de como gastar dinheiro. E é
dessa forma que se organiza economicamente as obras do governo: ele usa
dinheiro dos outros, em benefício dos outros. Não é de se espantar que existam
pessoas que defendam a diminuição do Estado. Quanto menos dinheiro na mão da
política, mais dinheiro será gasto racionalmente na mão dos próprios
indivíduos.”
A verdade é
que o uso do dinheiro está intimamente ligado com os conceitos e conhecimentos
que você tem acerca dele e tudo o que está a ele relacionado. Se alguém acha
por exemplo que é um recurso infinito, talvez tenha mais dificuldade de lidar
com restrições. Se prefere achar que ele é infinito para justificar a própria
conveniência ou egoísmo, terá mais dificuldade ainda. Fortunas se esvaem ou são
geradas em função da conduta das pessoas e não por meio do acaso. Recentemente,
foi divulgado pela imprensa que o ator Johnny Depp gastava 2 milhões de dólares
por mês em extravagâncias. Está falido. Seu fluxo de saídas foi maior do que as
entradas. Geralmente, gastar dá menos trabalho do que ganhar.
Por isso, é
preciso ter um certo cuidado com o gasto. Logo de início, o ideal é considera-lo
em duas categorias, seja o seu, de uma instituição ou do Estado. Vamos ver uma
maneira bem simples de diferenciá-las:
Despesa:
Quando o dinheiro sai da sua carteira, do caixa da empresa ou do cofre público
e não volta.
Investimento:
Quando ele sai e retorna de alguma maneira e algum tempo.
Se os seus gastos
são só despesa, você está trilhando o caminho da pobreza. Da mesma maneira, uma
empresa e um país. Se o seu gasto é feito de despesas e investimentos, a proporção
desta divisão e do retorno obtido, pode gerar riqueza. E assim você estará
andando em outro caminho: O do crescimento.
Quem não
possui controle de gastos, comumente faz despesa. É levado pelas circunstâncias,
pelos próprios impulsos e pelos interesses, que nem sempre são bons guias. Normalmente, o investimento requer mais racionalidade
e auto determinação. Requer mais estudo e trabalho. Por isso muita gente se
atrapalha e se afasta dele. É mais fácil e irresponsável fazer despesa,
portanto.
Em outras
palavras, se não houver atenção, tudo lhe leva para a pobreza. Mas o seu oposto
não é difícil. Na verdade é até relativamente fácil, não fosse o elemento mais
complicado da relação que certamente não é o dinheiro. É você. Podemos até
traduzir matematicamente a conduta que leva indivíduos, empresas e nações para
este resultado. Isso mesmo. Uma fórmula simples e direta já usada há muito
tempo e que aqui eu só faço algumas adaptações de nomenclatura:
Riqueza = Patrimônio * (1 + i )n , onde: i = taxa de ganho ; n = período de tempo
Por ela, para
gerar riqueza deve -se acrescentar um ganho ao que se tem ao longo do tempo. Cada
elemento da equação merece muito empenho seja para levantar, mapear e manter
atualizado o que chamamos de patrimônio, seja para obter uma taxa de ganho
positiva, (pois se for negativa você vai ter é redução), seja para manter e
controlar ao longo do tempo. E quem deve fazer isso ? Bem, agora, creio que
você já sabe.
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